"Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se!" [Filipenses 4.4]

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

AS DUAS JÓIAS

Narra antiga lenda, que um pastor, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabino empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias. No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia uma preocupação lhe vinha em mente: como dar ao esposo a triste notícia? Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha emoção. Lembrou-se de fazer uma oração. Pediu a Deus auxílio para resolver difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o pastor retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços. Alguns minutos depois estavam ambos sentados na mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente sobre os filhos.

A esposa, numa atitude, um tanto embaraçada, respondeu ao marido: 

 - Deixe os filhos. Primeiro, quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou:

- O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus!

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nos visitou e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você diz?

- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidade!...Por que isso agora?

- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá de devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o pastor respondeu com firmeza:

- Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.

Deus confiou a guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram...

O pastor compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

Extraído do livro "Quem tem medo da morte?"

Por Litrazini

Graça e Paz


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