DEVE-SE CONFIAR
NA MISERICÓRDIA
“Ó Deus, tem
misericórdia de mim, pecador!” – foi a oração sincera do publicano no
templo (Lc 18.13). Este tipo de oração só pode ser feita por quem reconhece seu
estado de aflição, calamidade e miséria, bem como a benevolência do Deus que é
invocado.
A
misericórdia de Deus é manifesta desde o Éden, quando Deus expulsa o primeiro
casal do jardim, impedindo que eles comessem do fruto da vida e vivessem para
sempre em eterna miséria. Não é absurdo dizer que a privação do Éden e a morte
foram uma forma de Deus interromper o sofrimento do homem que entrou no mundo
pela porta da desobediência, dar-lhe tempo de vida limitado para que ele “se lembre do seu Criador nos dias de sua
mocidade”(Ec 12.1) e pondere a brevidade da vida, para que assim tema a
Deus enquanto aqui viver, e viva eternamente em bem-aventurança. A avaliação do
professor Lawrence sobre o banimento do primeiro casal é cirúrgica:
O
cego Bartimeu clamou a Jesus: “tem
misericórdia de mim”, pois ele vivia na cegueira e na mendicância,
sofrendo o desprezo da sociedade (Mc 10.48). A mulher cananéia rogou
insistentemente: “tem misericórdia
de mim”, porque ela já não suportava mais ver a aflição de sua filha
que era rotineiramente atormentada por espíritos malignos (Mt 15.22).
Graça
geralmente está ligada à doação generosa e espontânea de um bem não merecido;
misericórdia geralmente está ligada à livramento de um mal, ainda que merecido.
Por isso, podemos também dizer que graça é dar o bem que não se merece,
enquanto que misericórdia é deixar de dar o castigo que se merece.
Towner
lembra-nos que “embora a
misericórdia divina seja longânima e abundante, não é cega; por muitas
gerações, Deus respondeu à desobediência de Israel à aliança com misericórdia
(Jr 3.12; Ne 9.17,19,31), mas a misericórdia negligenciada provoca em última
instância o juízo (Lm 2.2,21; Zc 1.12)”(14).
Na
parábola do rico e o mendigo Lázaro, fica evidenciado que há uma instância em
que a misericórdia não opera mais, mesmo sobre aqueles que buscam por ela. O
rico no tormento após a morte rogou: “Pai
Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do
seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama” (Lc
16.24). Mas a resposta do personagem Abraão foi: “…está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para
cá” (Lc 16.26).
Como
disse Paulo, “Deus resolveu para
com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32), mas os que abusam da
benevolência de Deus, e recusam seus apelos para uma mudança de vida,
enfrentarão o duro e implacável juízo (Rm 2.4-5).
Aproveitemos
bem as oportunidades que Deus em sua misericórdia está a nos conceder! E jamais
voltemos ao jugo da escravidão do pecado, sob o qual éramos afligidos
diuturnamente.
Tiago
Rosas
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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