Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é
mentiroso. Pois quem não ama a
seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?(1João
4.20)
Conta-se que seis
homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam
que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco
de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Eles
sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia
clareasse.
Chegou a hora de cada
um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira
de sobreviverem. O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente
para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então,
raciocinou consigo mesmo:
- "Aquele negro!
Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a
dos olhares dos demais.
O segundo homem era
um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida.
Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto
rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da
sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou:
- "Eu, dar a
minha lenha para aquecer um preguiçoso, nem pensar".
O terceiro homem era
negro. Seus
olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de
resignação que o sofrimento nos ensina. Seu pensamento era muito prático:
- "É bem
provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais
daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas
lenhas com cuidado.
O quarto homem era um
pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e
os segredos da neve. Este pensou:
- "Esta nevasca
pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
O quinto homem
parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem
lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado
demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia
nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de
trabalho. Sua reflexão:
- "Esta lenha é
minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos
gravetos".
Com estes
pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se
cobriu de cinzas e, finalmente, apagou-se.
No alvorecer do dia,
quando os homens do socorro chegaram à caverna, encontraram seis cadáveres
congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste
quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os
matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro".
Por vezes, vivemos
fechados em nossos mundos, com a desculpa de proteção contra a violência e
maldade que, deixamos de desfrutar as coisas boas resultantes de eventuais
relacionamentos e não praticamos o mandamento maior que é o amor.
É imprescindível que
nosso próximo possa sentir que o amor não é algo teórico, mas que é real na
prática, no dia a dia.
Nossa
responsabilidade como filhos de Deus é compartilhar com os demais, em todos os
momentos, o amor e a graça que sempre experimentamos da parte de nosso Senhor.
Amados,
amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido
de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é
amor. Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho
unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a
Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos
nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos
outros. Ninguém jamais viu a
Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu
amor.
(1João 4.7-12)
Por Litrazini
Graça e Paz
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