"Quando teve
início a Era Cristã? E qual a origem dos calendários, mormente do nosso?"
"Era" é um acontecimento marcante, que serve de partida de um
sistema cronológico. No que tange à Era Cristã, ela teve início no nascimento
de Jesus Cristo. É comumente escrita em forma abreviada "AD"do latim
"Anno Domini" que significa Ano do Senhor. Para as datas antes do
nascimento de Jesus, usa-se a abreviatura "AC" que se refere às
palavras Antes de Cristo.
A contagem do tempo que vai de Adão a Cristo é feita no sentido
regressivo, isto é, o cômputo de Cristo para Adão. Noutras palavras, partindo
de Adão para Cristo, os anos diminuem até chegar à Era Cristã, portanto de
Cristo para Adão (o normal), os anos aumentam. É que Jesus é o centro de tudo,
e também do marco divisório e central do tempo.
Quando Jesus nasceu, o Império Romano dominava o mundo. Os romanos
datavam seus acontecimentos tomando por base o ano da fundação de Roma: o ano
753 antes de Cristo. Para os romanos, esse ano era o "1 AUC". As
iniciais "AUC" são três palavras latinas "Anno Urbis
Conditae" que significam: "O ano em que a cidade foi fundada".
A alusão é à cidade de Roma. A era romana começa em 1 AUC.
A palavra calendário vem do latim "calenda" primeiro dia de
cada mês entre os romanos. Seu uso é tão antigo quanto a própria humanidade. Ao
que se sabe, os primeiros povos a usarem calendário foram os egípcios. Há
calendários diversos.
O Calendário
romano. Foi organizado por
Rômulo, que, segundo a história, foi o primeiro rei de Roma, então
cidade-reino. Reinou em 753-715 a.C. Esse calendário tinha dez meses de trinta
dias. Numa Pompílio, o sucessor de Rômulo, reformou-o, acrescentando-lhe dois
meses, passando o a-no então a ter 355 dias.
O Calendário
Juliano. Júlio César reformou o
Calendário romano em 46 a.C. através de seu astrônomo, Sosignes de Alexandria.
A partir de então, esse calendário passou a chamar-se juliano. César cometeu
um pequeno erro, ao considerar o ano solar como tendo 365 dias e 6 horas, quando
ele tem 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Esses minutos acumulados anualmente,
somaram 10 dias em 1582, o que motivou o papa Gregório XII a reformar outra vez
o calendário. Falaremos desse calendário mais adiante.
O Calendário de
Dionísio. Em 526 d.C, o
imperador romano do Oriente, Justiano I, decidiu organizar um calendário
original partindo do ano do nascimento de Jesus. A tarefa foi entregue ao abade
dominicano Dionysius Exigiuus, que fixou o ano 1 d.C, isto é, o ano 1 da Era
Cristã. Como mais tarde ficou comprovado, ele devia ter fixado o ano 1 d.C.
cinco anos antes, isto é, em 749 AUC, e não 753. Seu erro foi um atraso de 5
anos na fixação do ano 1 da Era Cristã. Uma vez concluído, esse calendário
passou a ser adotado em todo o mundo onde quer que o cristianismo se pregava.
Tempos depois, os doutos na matéria encontraram erros no calendário de
Dionísio. Davis, citando o historiador judeu Flávio Josefo, mostra que Herodes
morreu depois do nascimento de Jesus, logo o calendário de Dionísio está
errado quando afirma que Jesus nasceu em 753 ÂUC. Se Herodes morreu em 750,
então Jesus nasceu em 749 AUC, isto é, quatro anos antes do ano 1 da Era Cristã
(?). Notemos que de 753 a 749 há quatro anos, e não cinco como parece à
primeira vista, por causa dos meses que ultrapassaram de quatro anos. Conforme
os estudos dos eruditos, arrendonda-se o número de anos para cinco, para
facilidade de cálculo.

O Calendário
gregoriano. Em 1582 o papa Gregório
XIII aconselhado pelo astrônomo Calabrês Líbio, alterou num ponto o calendário
de Dionísio. Gregório tirou 10 dias do ano 1582 a fim de corrigir a diferença
de dias devido ao acúmulo de minutos a partir de 46 a.C. quando César
reformulou o calendário. Por causa dessa pequena alteração o calendário atual é
denominado gregoriano. A Grécia e a Turquia ainda observam o Calendário
juliano, o qual está 13 dias adiante em relação ao nosso.
As datas exatas do nascimento e morte de Jesus não se sabe com precisão.
O que se tem é apenas uma ideia aproximada. A primeira comemoração do Natal de
Jesus em 25 de dezembro deu-se em 325, em Roma, mediante o imperador
Constantino. Até hoje a Igreja Ortodoxa observa o Natal em 6 de janeiro, e os
armenianos em 19 de janeiro. A data não importa muito, e sim o propósito e o
espírito da comemoração.
As divisões do
tempo:
1. O dia. Entre os judeus, o dia ia de um pôr-do-sol a
outro. Entre os romanos, ia de uma meia-noite a outra. As horas do dia e da
noite eram computadas separadamente, isto é, doze e doze, isto entre os romanos:
Jo 11.9; At 23.23. Entre os judeus, no entanto, a hora primeira do dia era às
seis da manhã. O mesmo ocorria em relação à noite.
2. A semana. Entre os hebreus, os dias da semana não
tinham nomes e sim números, com exceção do 6? e 79 dias, que também tinham nomes:
Lc 23.54. (Trad. Brás.)
3. Os
meses. Eram lunares. A lua nova
marcava o início de cada mês, sendo esse dia festivo e santificado: Nm
28.11-15; 1 Cr 23.31. Tinham 29 e 30 dias, alternadamente. Antes do exílio
babilônico eram designados por números. Depois disso, passaram a ter nomes e
números.
4. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias. Os judeus
observavam dois diferentes anos: o religioso, que começava em Abibe (mais ou
menos o nosso abril), e o civil, que começava em Tisri (mais ou menos o nosso
outubro).
5. Os
séculos. Sua computação: Século I.
Compreende os anos 1 a 100 d.C.
Século II. Compreende os anos 101 a 200 d.C.
Século III. Compreende os anos 201 a 300 d.C, e assim por diante.
Fonte: A Bíblia Responde. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das
Assembléias de Deus.
Por Litrazini:
Graça e Paz
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