Talvez
você não o tenha dito em voz alta nos últimos dias. Mas as possibilidades são
de que você tenha moldado as palavras nos vestíbulos silenciosos de sua alma.
Dê-me ânimo. Por
favor.
Talvez você não tenha detido alguém na rua e dito exatamente essa frase. Mas se
alguns que se importam bastante olhassem bem de perto... Veriam as palavras
escritas no seu rosto carrancudo, nos ombros encurvados, nos olhos súplices.
Ouviriam as palavras ecoarem em seus comentários descuidados e nos suspiros
suprimidos.
Se a verdade fosse conhecida, revelaria que você implora por algum alento.
Procurando-o. Ansiando-o. E provavelmente em aflição por ter descoberto que o
produto está em falta.
Foi aí que você
esteve ultimamente? Hibernando na
caverna do desânimo? Afagando suas feridas sob algumas nuvens pesadas, escuras,
que não se dissipam? Pensando seriamente em renunciar à raça humana?
Se assim for, você está indiscutivelmente desprovido de reforço e de afirmação
nestes dias. Começa a perguntar-se não quando chega o alívio, mas se ele algum
dia virá, certo? Muito embora você não se sinta com vontade de ler nada,
realmente creio que estas páginas trarão ajuda. Escrevo-as tendo em mente pessoas
como você... Pessoas que começaram a questionar suas próprias palavras e a
duvidar de seu próprio valor. Pessoas que se acham presas ao vale onde o sol
raramente brilha e os outros raramente se importam com alguém.
Esse é você, não
é?
Esse também sou eu mais vezes do que se possa imaginar. As compridas sombras do
desânimo muitas vezes têm-se estendido ao longo de meu caminho. Essas ocasiões
têm sido acridoces — acres a princípio, doces mais tarde. Por isso, entendo.
Não escrevo com base em teoria estéril, mas baseado na realidade. Minha pena
mergulhou num poço pro fundo. A tinta tem sido escura e muitas vezes fria.
Nessas ocasiões tenho lutado com uma falta de autovalor... Batalha comum
travada no vale.
Por favor, deixe-me introduzir neste momento uma verdade significativa: Você
ainda é valioso. Ainda conta. Sim, você. O "você" que há dentro de
sua pele, que tem sua personalidade e sua aparência. Não importa o que afinal
lhe conduziu aonde você está hoje, você é a pessoa com quem eu gostaria de
conversar por alguns instantes. Muito embora talvez se julgue desnecessário aos
outros e que ninguém tem notado sua presença, eu ainda gostaria de trocar
algumas palavras com você. Sim, mesmo que você seja sujo e culpado.
Tenho apenas um
alvo em mente: incentivá-lo.
Você familiarizou-se com desapontamentos, com sonhos desfeitos e com
desilusão. Crise parece ser sua companheira mais íntima. Como um malho de
cinco quilos, sua dor de cabeça o vem martelando perigosamente ao ponto de
levá-lo ao desespero. A menos que eu esteja errado, o negativismo e o cinismo
se infiltraram em sua conduta.
Você vê pouca esperança no dobrar da esquina. Como disse um gaiato: "A luz
que se vê no fim do túnel é o farol de um trem que se aproxima." Você
concorda com um aceno de cabeça, mas é provável que não esteja sorrindo. A vida
tornou-se terrivelmente sem graça.
Amigo cansado, cambaleante, abatido, desanimado, tenha ânimo!
O Senhor Deus pode erguê-lo e ele o fará. Não há cova tão profunda que ele não
seja mais profundo ainda. Não há vale tão sombrio que a luz de sua verdade não
possa penetrar. Em sua própria maneira inescrutável, ele usará o discernimento
destas poucas páginas para trazer de volta o único ingrediente que derramou de
sua vida. Encorajamento.
Extraído do livro: Dê-me Ânimo - Charles R. Swindoll
Por Litrazini
Graça e Paz
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