A
misericórdia de hoje é para os fardos de hoje, para as tentações de hoje, para
as necessidades espirituais de hoje. Todavia, elas não se esgotam. Quanto
mais nos recorremos a ela, quanto mais dela confessamos ter necessidade, quanto
mais nela depositamos a nossa confiança, tanto mais ela abunda sobre as nossas
vidas
“A sua misericórdia estende-se aos que o
temem, de geração em geração”. (Lc 1.50)
A
vida cristã é uma experiência de pura misericórdia. Misericórdia que podemos
alargar a sua compreensão quase que exponencialmente. Não se trata apenas
daquela bênção de Deus em lidar com os nossos pecados, com os sofrimentos que
deles decorrem, de tratar com brandura a nossa rebeldia e derramar perdão sobre
as nossas vidas.
Misericórdia
tem a ver com todos os recursos dados por Deus para fazermos a travessia desta
vida em meio às muitas contradições, paradoxos e contingências de nossa
experiência humana que escapam por completo de nosso controle. Gostaria de
apresentar pelo menos quatro grandes aspectos da presença da misericórdia em
nossas vidas que podemos e devemos desfrutar e repousar confiantemente nela.
ANSIEDADE E MEDO DO FUTURO.
A
misericórdia de Deus nos ensina que as necessidades de hoje serão supridas com
as respostas para hoje. Que devemos ocupar-nos com um dia de cada vez: “Portanto, não se preocupem com o amanhã,
pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal" (Mt
6.36). Misericórdia aqui significa que podemos contar com o auxílio de Deus
assim como os israelitas contaram com o maná no deserto para sua porção diária
de suprimentos numa terra inóspita: Lv 19.6; Dt 8.16.
MEDO DE SUCUMBIR ÀS PROVAÇÕES.
Aprendemos
da misericórdia do Senhor que Ele mesmo não tenta, não induz a nossa ruína: “Quando alguém for tentado, jamais deverá
dizer: ‘Estou sendo tentado por Deus’. Pois Deus não pode ser tentado pelo
mal, e a ninguém tenta” (Tg 1.13), mas Deus nos prova e permite a
provação, a citação de Deuteronômio acima fala disso: “para humilhá-los e prová-los, a fim de que tudo fosse bem com vocês” (Dt
8.16). Contudo, a misericórdia diz que o mesmo Deus que prova ou permite a
provação, providencia a força para a suportarmos e o livramento dela: “Não sobreveio a vocês provação que não
fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam
provados além do que podem suportar. Mas, quando forem provados, ele lhes
providenciará um escape, para que o possam suportar” (1Co 10.13).
TEMPOS DE NECESSIDADES
ESPIRITUAIS.
A
misericórdia nos ensina que em tempos de sequidão da alma, frieza espiritual ou
de qualquer outra necessidade, ela estará sempre à disposição para suprir
nossas carências com a Graça: “Assim
sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de
recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da
necessidade” (Hb 4.16).
HÁ MISERICÓRDIA SUFICIENTE E
PARA SEMPRE.
Esta
é uma notícia maravilhosa. A misericórdia de hoje é para os fardos de
hoje, para as tentações de hoje, para as necessidades espirituais de hoje.
Todavia, elas não se esgotam. Quanto mais nos recorremos a ela, quanto mais
dela confessamos ter necessidade, quanto mais nela depositamos a nossa
confiança, tanto mais ela abunda sobre as nossas vidas.
Colecionar
misericórdias, tê-las todas na memória agradecida do coração é grande fonte de
paz e consolação: “Todavia, lembro-me
também do que pode dar-me esperança” (Lm 3.21). Esta sentença foi
proferida por um homem que conheceu abundância de tormentos, decepções e
tristezas: o profeta Jeremias. Contudo, ele não se deixou consumir por suas
tristezas e aflições. Antes, trazia na memória as misericórdias do passado, se
fiava nelas, cria inarredavelmente que Deus não muda, não sofre variações, é
imutável em seu amor, logo, suas misericórdias também não mudam, não diminuem,
não desaparecem, eis o que ele nos ensina: “Graças
ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois suas misericórdias
são inesgotáveis. Renovam-se a cada manhã” (Lm 3.22,23).
Misericórdia
nova para um novo dia. Misericórdia adequada para cada circunstância.
Misericórdia em tempo, sem demora, para cada estação da vida.
Quero
convidá-lo a tornar-se conscientemente um dependente visceral da misericórdia
de Deus. Busque-a, deseje-a, conte com ela e também use em suas relações,
afinal de contas o Senhor Jesus a requer também de nós: “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não
sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores" (Mt
9.13).
Autor:
Luiz Fernando Dos Santos
Por
Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça
e Paz
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