Ele podia ter desistido. Ninguém saberia o
contrário. Jesus podia ter desistido.
Uma olhada no útero podia tê-lo
desencorajado. Deus é desenfreado como o ar e ilimitado como o céu. Ele
diminuiria seu mundo para o ventre de uma moça por nove meses?
Ele podia ter desistido. Se não, Ele podia
ter pelo menos parado repentinamente. Ele teria que se tornar humano? Que tal
ser luz? É uma idéia. O céu podia abrir, e Cristo podia cair na Terra em forma
de uma luz branca. E então na luz podia ter uma voz, uma voz como um estrondo,
um trovão, de bater os dentes. Agitada em uma rajada de vento e os anjos como
acompanhamento, e o mundo inteiro é avisado.
E a estrebaria? Não é outra razão para
Cristo desistir? As estrebarias são fedidas, sujas. Como eles irão cortar o
cordão umbilical? E quem vai cortá-lo? José? Um carpinteiro insignificante de
uma cidade pequena? Não existe um pai melhor para Deus? Alguém com educação,
uma linhagem. Alguém com um pouco de influência? Esse sujeito não pôde nem
arrumar um quarto de hotel. Você acha que ele tem o necessário para ser o pai
do Criador do Universo?
Jesus podia ter desistido. Imagine a
mudança que teria que fazer, a distância que teria que percorrer. O que seria
tornar-se humano?
O amor vai até o fim... e Cristo saiu da
eternidade ilimitada para ser limitado pelo tempo para tornar-se um de nós. Ele
não precisava. Ele podia ter desistido. Em qualquer fase ao longo do caminho
ele podia ter abandonado.
Quando Ele viu o tamanho do útero, podia
ter parado.
Quando viu quanto sua mão iria ser pequena,
quão suave sua voz iria ser, quão faminta sua barriga iria estar, podia ter
parado.
No primeiro cheiro da fedida estrebaria, na
primeira rajada de vento frio. Na primeira vez que arranhou seu joelho ou
assoou seu nariz ou comeu pão queimado, podia ter virado e ido embora.
Quando viu o chão sujo da sua casa em
Nazaré.
Quando José deu um trabalho para fazer.
Quando seus companheiros de escola dormiam
durante a leitura do Torá, o seu Torá.
Quando o vizinho tomou seu nome em vão.
Quando o fazendeiro preguiçoso culpou Deus
por causa da sua colheita pobre.
Em qualquer momento Jesus podia ter dito:
“É isso! Já chega! Estou indo pra casa.” Mas Ele não fez isso.
Ele não fez, porque Ele é amor. E “o amor... tudo suporta”(I
Cor.13:4-7).
Max Lucado
Por Litrazini
Graça e Paz
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