Quando estou
angustiado, busco o Senhor; de noite estendo as mãos sem cessar; a minha alma
está inconsolável! (Sl
77.2.)
O
ser humano precisa confessar a Deus o que faz de errado. Precisa confessar a
sua incômoda propensão pecaminosa. Precisa confessar sua miserabilidade.
Mas
não deve parar aí. Para seu próprio bem, precisa confessar ainda seus
diferentes estados de alma, assim como fez o salmista: “Estou angustiado”, “A minha alma está
inconsolável” e “Tão inquieto estou que não consigo falar” (Sl
77.2-4).
Para
esse tipo de confissão, não se pode escolher as palavras.
Elas
têm de fluir naturalmente. Não devem ser estudadas, aparadas, diminuídas,
buriladas, atenuadas ou civilizadas.
Têm
de ser do tipo pão, pão, queijo, queijo.
Têm
de ser uma espécie de vômito. Pois são perguntas sem respostas, dores sem
diagnóstico, medos sem definição, são entraves íntimos e particulares.
São
problemas incômodos, passageiros ou não.
Enquanto
represados, estancados, aprisionados, retidos, colecionados, esses dramas
íntimos desgastam as energias e vão criando feridas de difícil cura.
O
comportamento correto é fazer como aquele aflito que, quase desfalecido,
derramou o seu lamento perante o Senhor (Sl 102, “Oração de um aflito que, quase desfalecido, derrama o seu lamento
diante do Senhor”).
O
certo é confessar desinibidamente a Deus: “Estou assustado, inconsolável e
inquieto!”
Retirado
de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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