A
razão de Jesus vir à terra não era exclusivamente o seu sacrifício na cruz!
Deus prometeu em Isaías 7:14: "Eis
que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel". O
nome Emanuel significa "Deus
conosco" (Mateus 1:23) e implica mais do que uma breve visita
para um ato sacrificial; revela antes o compartilhar da experiência humana.
Por
que foi necessário que Deus viesse viver com o homem? Assim como os que
projetam móveis de montar freqüentemente acrescentam desenhos às suas
instruções, assim também Deus planejou desde o início dos tempos dar ao homem
não só instruções, mas um modelo perfeito Seu próprio Filho, a quem o homem foi
criado para copiar. Mas, para servir-nos de modelo, ele teve de viver no mesmo
mundo pecaminoso em que vivemos e enfrentar os mesmos desafios que enfrentamos.
E assim ele veio. Emanuel. "Deus conosco."
COMO O NOSSO
MODELO NOS AJUDA A LIDAR COM OS VÁRIOS ASPECTOS DA VIDA
Quando
enfrentamos os vários desafios da vida, podemos enxergar o exemplo de Cristo ao
lidar com situações semelhantes e imitá-lo. Para conseguir isso, devemos
analisar não só as palavras dele, mas os seus atos. Por exemplo, examine as
atitudes e as ações de Jesus com respeito ao seguinte:
O DINHEIRO
Embora
Jesus fosse autodidata e alguns de seus seguidores (Paulo, Apolo) fossem
altamente instruídos, ele não dava o menor valor àqueles que correram atrás de
títulos e dos elogios do mundo (Mateus 23). Sua postura para com os que se
orgulhavam das realizações mundanas pode ser resumida em suas palavras: "Que aproveita ao homem ganhar
o mundo inteiro e perder a sua alma?"(Marcos 8:36).
OS DESEJOS DA
CARNE
Quando
Satanás o tentou no deserto a transformar pedras em pão, Jesus não brincou com
a tentação, mas a rejeitou de imediato, citando as Escrituras (Mateus 4:3-4).
SEU
RELACIONAMENTO COM O PAI
Jesus
falava constantemente com o Pai, às vezes passando a noite toda em oração. Sua
postura na oração foi sempre: "Não seja como eu quero, e sim como tu
queres". Por falar perfeitamente as palavras do Pai e realizar as
obras do Pai, ele tinha as condições para dizer: "Quem me vê a mim, vê o Pai" (João 14:9).
O TRATO DOS
IRMÃOS FRACOS
Embora
Jesus muitas vezes repreendesse os seus discípulos pela "pequena fé",
tinha o cuidado de não destruir a auto-estima espiritual insultando-os ou
dispensando-os por serem irrecuperáveis. Ele os elogiava sempre que possível e
os fazia saber que ele contava com um progresso na vida deles.
O TRATO COM
OS IRMÃOS REBELDES
Jesus
falava severamente ao tratar com as autoridades judaicas arrogantes, talvez na
esperança de, com palavras contundentes, sacudi-los e fazê-los sair de seu
estado de dormência espiritual.
A INJUSTIÇA
"Também Cristo
sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o
qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando
ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas
entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pedro 2:21-23).
Jesus
deve servir-nos de exemplo na oração, no lar, no trato com o governo e com os
incrédulos. Enfim, antes de agir diante de qualquer situação, devemos perguntar:
"O que Jesus faria nesse caso?". Somente podemos responder
corretamente a essa pergunta se estivermos completamente por dentro de sua vida
e de seus ensinos.
"Anuncie
o homem, não o seu plano" vem sendo um ditado comum entre os modernistas.
Essas palavras revelam profunda ignorância do que significa amar a Cristo. Como
é possível amar "o Homem" e não dar importância a seu plano?
Será
que alguns partam para o outro extremo e preguem "um plano" que se
concentre quase totalmente nos atos externos e subestime a pessoa de Jesus
Cristo? Uma jovem cristã recentemente admitiu que, embora tivesse estudado
muito sobre a organização da igreja, a liturgia etc., jamais tinha passado
muito tempo nos evangelhos estudando a vida de Cristo. Essa negligência mostra
severas falhas no sistema de ensino com o qual ela teve contato.
Alguns
cristãos conhecem o que normalmente se chama "os cinco atos do
culto", "as três formas de firmar a autoridade" etc., mas
continuam materialistas, orgulhosos e egocêntricos, avançando pouco em direção
à vida que se assemelha à de Cristo. Talvez conheçam um "plano", mas
evidentemente não conhecem "o Homem"! Assim como a posição
"Anuncie o homem, não o seu plano" conduz ao erro, também pregar o
plano e subestimar a pessoa de Jesus Cristo, sua vida e suas atitudes leva a um
ritualismo frio e estéril. Nenhum dos dois extremos reflete o verdadeiro
cristianismo.
O
Emanuel não veio simplesmente para deixar à Igreja uma série de novos
regulamentos. Veio servir de modelo da criação de Deus. Quanto mais o
conhecemos de verdade e o imitamos, mais as nossas reações aos desafios da vida
serão reações dele e não da carne. Então poderemos dizer com Paulo: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim" (Gálatas 2:20). Só aí estaremos realmente
chegando perto do que Deus pretende para a nossa vida S que sejamos
"conformes à imagem de seu Filho".
Autor: Gardner
Hall
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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