“Aquele lugar chamou
Jacó de Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi poupada.” (Gênesis 32.30)
Desde o seu nascimento, Jacó tinha o anseio de ser o primogênito, pois sabia
que o primeiro filho tinha direito a muitas bênçãos, incluindo a herança
dobrada e a liderança sobre a família (Deuteronômio 21.17). Além disso, o pai
liberaria uma palavra de bênção para o primogênito (Gênesis 28:3-4).
Jacó
tinha um forte desejo de ser o primogênito e esta vontade já se manifestara no
momento de seu nascimento, pois nasceu agarrado no calcanhar de seu irmão
gêmeo, Esaú, que por sua vez foi o primeiro a nascer. Por isso, seus pais o
batizaram de Jacó (Yakov), que no original hebraico significa “calcanhar”
(Ekev) ou “aquele que agarra o calcanhar”. Ele tinha nitidamente desejo de ser
o primeiro, o príncipe. A palavra “príncipe” vem de "primeiro", em
referência ao "primeiro filho que será abençoado" pelo pai em uma
família monárquica.
INCANSÁVEL
BUSCA
Como
o direito de primogenitura era uma lei, era preciso uma nova lei para revogar a
anterior. Mas esta nova lei precisava ser emitida por alguém com autoridade
para fazê-la e o único com esse poder era o próprio Deus. Uma batalha já
havia sido anunciada por Deus quando Rebeca estava grávida dos irmãos gêmeos.
“E o Senhor lhe disse:
Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e
um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor”. (Gênesis 25.23).
Quando o Senhor disse que “o maior
servirá ao menor”, ele já estava se referindo à revogação da lei da
primogenitura para aquela ocasião. Estava dizendo que Jacó teria autoridade
sobre o seu irmão mais velho, ainda que viesse a nascer depois dele. Somente
Deus poderia fazer uma promessa semelhante a essa, pois toda a autoridade
pertence a Ele.
A VIDA DE
JACÓ
Os
filhos de Rebeca e Isaque cresceram e desenvolveram personalidades diferentes.
Enquanto Esaú tornou-se um homem de caça, experiente no campo, conquistando a
simpatia do pai, Jacó era diferente... um homem pacato, manso e que se agradava
de estar em casa, ajudando sua mãe. Portanto, Isaque acabou se afeiçoando mais
a Esaú e Rebeca a Jacó (Gênesis 25.28).
Jacó
nasceu lutando com seu irmão pela primogenitura e, mesmo não sendo o primeiro a
nascer, ainda tinha sobre sua vida uma promessa de Deus. No entanto, o Senhor
tem diferentes maneiras de trabalhar na vida de um homem.
“Um dia, tinha Jacó
feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú”, diz o capítulo
25 do livro de Gênesis, no capítulo 25 e versículo 29. Esse episódio é, na
verdade, um plano de fundo daquilo que estaria por vir. Jacó sabia que o irmão
voltaria faminto da caça no campo e aproveitou que o irmão estava atordoado
pela fome para propor uma troca: a primogenitura em troca de um prato de cozido
com lentilha.
Algum
tempo depois, quando Isaque estava para enfim dar a bênção que era de Esaú por
direito, Jacó conta com a ajuda de sua mãe para enganar o pai – que já não
enxergava quase nada – e acabou sendo abençoado no lugar do irmão, que ao ficar
sabendo do episódio, se enfureceu.
O
ocorrido obriga Jacó a deixar a casa de seus pais, que o enviam para Harã, onde
vivia seu tio Labão. Lá ele permaneceria por mais de 20 anos, enfrentando a
ganância do tio e carregando em seu coração uma promessa que Deus lhe fez,
ainda quando estava a caminho de Harã.
JACÓ LUTA COM
DEUS
Após
aquele período, distante dos seus pais, Jacó retorna já muito próspero, com uma
família abençoada e nutrindo no seu coração o desejo de ver se cumprir a
promessa do Senhor, de que a partir da sua família todos os povos seriam
abençoados.
Neste retorno, ele tem um encontro com Deus através de uma teofania, quando o
Eterno assume uma figura humana ou de um anjo para se manifestar aos homens. A
Bíblia diz que o Anjo do Senhor teve um encontro com Jacó, o qual por sua vez,
estava determinado a não deixá-lo ir até que fosse abençoado (Gênesis 32.24 –
29).
"Eu não vou deixar
você ir se não me abençoar", disse Jacó ao Anjo do Senhor, enquanto o
segurava com todas as suas forças. Ele realmente estava determinado a receber
sua bênção. A força que Jacó usou naquele momento foi tamanha que o Anjo
precisou também usar de sua força para ferir o homem na coxa para conseguir se
desvencilhar de seus braços.
Nós
precisamos fazer o mesmo, precisamos nos agarrar ao Senhor e dizer o mesmo: "Eu não vou deixar você ir se você
não me abençoar!".
Jacó
queria receber a bênção definitiva em sua vida. Ele deixou claro que queria a
bênção divina que ele tanto valorizava e desejava com paixão. Vendo a
persistência e compromisso intenso, o Anjo do SENHOR atendeu ao pedido de Jacó
e o abençoou.
“E disse-lhe: Qual é o
teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas
Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.” (Gênesis
32.27,28)
Não
apenas pela luta, mas também pela experiência sobrenatural que Jacó viveu
naquele momento, o significado daquilo foi tamanho em sua vida, que até mesmo o
seu nome foi mudado e o cumprimento da promessa divina sobre Israel permanece
até os dias de hoje, podendo ser notada até mesmo pelos olhos mais incrédulos.
Pr.
Joel Engel
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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