Com a ajuda do Aurélio, poderíamos definir
"lógica" como sendo: "a coerência de raciocínio, de idéias".
E de forma teológica, espiritual e com a
simplicidade divina que é sempre tão peculiar, contrária à humana que é sempre
tão complexa, poderíamos afirmar que:
A lógica de Deus é inversamente proporcional à
lógica do homem, ela é matemática e filosoficamente louca, mas, espiritual e
divinamente sábia.
Os gigantes do mundo são como Golias, os
gigantes de Deus são como o pequeno Davi. Os gigantes humanos são grandes,
fortes, bem armados e desprezam a Deus, confiam nas próprias forças, no poder
das suas armas, naquilo que é aparente e visível, naquilo que a lógica humana
determina.
Os gigantes de Deus são totalmente dependentes
d'Ele, reconhecem a sua fraqueza e inapetência e confiam única e exclusivamente
em Deus, pois, enquanto os enormes gigantes do mundo apoiam-se nos próprios
pés, os pequenos gigantes de Deus apóiam-se nos joelhos. É de joelhos que o
gigante de Deus é maior.
Na lógica divina, os fracos é que são fortes: "A minha graça te basta, porque
o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me
gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de
Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades,
nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então
é que sou forte." (2 Coríntios 12:9-10)
Na lógica humana, isto é irracional, pois o
mundo não aprecia os fracos, eles devem ser eliminados, apreciam a lei do mais
forte onde estes prevalecem.
A lógica divina, diz ao que quer ser grande entre os seus irmãos que
ele deve se tornar o menor e servir aos demais. A lógica humana abomina esta
idéia; todos querem ser servidos e querem mostrar o quanto são grandes,
poderosos e importantes. O Senhor ensina ao que quer ser exaltado que ele deve
se humilhar, pois o que se exaltar será humilhado.
Os conquistadores do mundo são os bravos, os
fortes, os guerreiros, os que impõem a sua vontade pela força, mas na lógica
divina, os mansos é quem herdarão a terra e eles devem se tornar como crianças
e simples como a pomba. Deus é aquele que diminuiu o exército de Gideão para
conquistar a vitória sobre um poderoso e numeroso exército inimigo.
E o que dizer da lógica humana que busca por
meio dos prazeres, lícitos ou ilícitos, encontrar a felicidade, fazendo o que
pode para não encarar a vida em suas decepções e desafios, e para eliminar a
tristeza e o choro. E vem Deus com a sua lógica dizendo: "Felizes os que choram pois eles serão
consolados." (Mateus 5:4)
Na lógica humana há amor, amor entre os que se
amam; ela ensina as pessoas a procurar viver em paz, mas, caso seja ferido ou
magoado, obviamente seria querer demais não se vingar; até ensina a perdoar ao
que vem buscar perdão e esteja pronto a não repetir o erro. Entretanto, Deus,
na sua lógica, ensina os seus a amar não somente os amigos como também os
inimigos; a tomar a iniciativa de perdoar o ofensor e não somente uma vez, mas,
até setenta vezes sete; a oferecer a outra face ao invés de vingar-se.
O mundo aprende a acumular para si riquezas,
mas Deus, ensina que melhor é dar do que receber; que a verdadeira riqueza deve
ser acumulada nos céus; que o coração não deve estar nas riquezas, mas n'Ele,
pois, onde estiver o tesouro do homem, ali estará o seu coração, e as riquezas
humanas são perecíveis, as que se acumulam nos céus, são eternas e mais
valiosas, portanto devemos ser ricos para com Deus.
Contrário à lógica humana, Deus ensina que: os
últimos serão os primeiros; Ele não veio chamar os justos, mas os pecadores ao
arrependimento; o que entra no homem não o contamina, mas, sim, o que sai, pois
é do coração que provém toda a maldade existente.
Quanto ao mundo que tanto almeja poder e
longevidade, Deus, ao invés de fazer do homem um ser divino, imortal e cheio de
poderes, prefere, Ele mesmo, tornar-se homem mortal e passível de
fraquezas.
Bem podemos dizer que a sabedoria de Deus é
vista pelo homem como louca, é humanamente ilógica. Por isso Deus escondeu-a
dos sábios e entendidos deste mundo e a revelou aos pequeninos, aos ignorantes,
incultos, os João ninguém. Ele escolheu as coisas que não são para confundir as
que são.
E enquanto os gregos, senhores da lógica,
buscavam sabedoria e conhecimento coerente; e os judeus, detentores das
alianças e promessas de Deus, buscavam sinais do céu, para crer que Jesus era o
Deus encarnado.
Aquele, em quem estão escondidos todos os
tesouros da sabedoria, em cumprimento das promessas dadas ao seu povo, adentrou
este mundo, revelando toda a sua glória e sabedoria aos pequeninos. Assim, os
sábios e poderosos não O reconhecem, antes, crucificam-no, expulsando-o deste
mundo, e continuam em busca de conhecimento e sinais.
Jair Souza Leal
Por
Litrazini
Graça e
Paz
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