Nas
páginas sagradas, mencionam-se livros: o da nossa memória (Lc 16.25; Mc 9.44);
o dos nossos atos (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7); o da nossa consciência (Rm
2.15; 9.1); o da natureza (Sl 19.1-4; Rm 1.20); o da Lei (Rm 2.12), a qual
revela o pecado (Rm 3.20); o do Evangelho (Jo 12:48; Rm 2.16); e o Livro da
Vida (Sl 69.28; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 21.27).
Por
ocasião do Juízo Final, livros se abrirão. E todos os mortos serão
julgados de acordo com as coisas escritas, isto é, segundo as suas
obras (Ap 20.12). E aquele cujo nome não constar do Livro da Vida
será lançado no Lago de Fogo (v. 15). Isso significa que o Senhor tem o
registro de tudo o que fazemos (Sl 139.16). E “nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para
ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4.22).
O
Livro da Vida contém o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn
12.1; Ap 13.8; 21.27). Ele será aberto para provar aos céticos que os seus
nomes não se encontram no Céu (Mt 7.22,23).
Alguns
teólogos têm afirmado que Deus inseriu nesse livro apenas os nomes dos que
foram eleitos antes da fundação do mundo. Mas, em Apocalipse 17.8, está
escrito que os nomes dos salvos estão relacionados no Livro da Vida “desde
a fundação do mundo”, e não “antes da fundação do mundo”.
Há
uma enorme diferença entre “desde a” e “antes da”. Como o termo “desde”
(gr. apo) significa “a partir de”, segue-se que os nomes dos salvos vêm
sendo inseridos no Livro da Vida a partir do momento em que o homem foi
colocado na Terra criada por Deus, não que haja uma lista previamente pronta de
salvos e condenados. Caso contrário, o que significaria condenar pessoas
“segundo as suas obras”, se elas já estão condenadas antes da fundação do
mundo?
Em
Apocalipse 13.8 há uma expressão equivalente à de 17.8 (ARA): “aqueles
cujos nomes não foram escritos no Livro do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo”. O Cordeiro foi morto “desde a fundação do mundo”,
e não “antes da fundação do mundo”. Isso não quer dizer que o Senhor Jesus
tenha morrido nos tempos de Adão e Eva. Mas denota que todos os cordeiros
mortos de modo sacrificial, desde a fundação do mundo, apontam para o
sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29).
Uma
pessoa só tem o registro do seu nome em cartório depois de seu nascimento.
Ninguém é registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só
passa a constar do Livro da Vida após o seu novo nascimento, pois “aquele que não nascer de novo não pode ver
o Reino de Deus” (Jo 3.3).
Não
existe listagem prévia de salvos e perdidos. Na medida em que os
indivíduos creem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), vão sendo
inscritos no Livro da Vida (Atos 2.47, ARA).
Existe
a possibilidade de o nome de alguém ser retirado do Livro da Vida? Em
Apocalipse 3.5 (ARA) está escrito: “O
vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o
seu nome do Livro da Vida”. Isso confirma o que Deus disse a Moisés,
nos tempos veterotestamentários: “Agora,
pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens
escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este
riscarei eu do meu livro” (Êx 32.32,33).
Se
a possibilidade de o nome ser retirado do Livro da Vida existe, em que
circunstâncias isso ocorreria? Deus salvaria alguém, para depois
condená-lo? É claro que ninguém terá o nome apagado por qualquer motivo. Mas a
Palavra de Deus é clara quanto à apostasia, ao desvio consciente da Palavra de
Deus e do Deus da Palavra (1 Tm 4.1; 2 Pe 2).
O
apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos
nomes estão no Livro da Vida” (Fp 4.3). Porém, antes, ele havia
afirmado: “estai sempre firmes no
Senhor, amados” (v. 1). Não foi por acaso que os pastores das sete
igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap caps. 2-3).
A
manutenção no nome de alguém no Livro da Vida está condicionada à perseverança
na fé até o fim (Ap 3.5). Somos filhos de Deus hoje (Jo 1.11,12), porém devemos
atentar para o que diz Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será
meu filho”. Em Lucas 10.20, Jesus disse a setenta discípulos,
distintos dos doze — “outros setenta” (v. 1) — que os seus nomes estavam
escritos nos céus. Isso nos faz supor que Judas Iscariotes, por ser um dos
doze, também tivesse o nome escrito no Livro da Vida. E isso se confirma em
Atos 1.17,25: “[Judas] foi contado
conosco e alcançou sorte neste ministério […] se desviou, para ir para o seu
próprio lugar”.
Alguns
teólogos também afirmam que Deus relacionou toda a humanidade no Livro da Vida
e só apaga quem não recebe a Cristo como Salvador. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do
Livro da Vida” (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos
pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados
no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Hb 3.14; 1 Co
15.1,2). Sejamos, pois, fiéis, até aquele grande Dia!
Ciro
Sanches Zibordi da cpad news
Por
Litrazini
Graça e
Paz
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