Jesus nos ensina o caminho
para o Reino: “Se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” Lc
9.23. Seguir a Cristo nesta terra nos credencia a segui-lo para além desta
terra, na eternidade.
A cruz de Cristo é feita
apenas com dois pedaços de madeira rústicos. Não é de madeira nobre, como mogno
ou imbuia, e muito menos tem entalhes ornamentais ou tem suas rebarbas
retiradas ou foi lixada para ser suave ao toque.
Na verdade, tocar na cruz
de Cristo é uma experiência estranha e que não tem prazer no ato em si.
Carregá-la então, para a mente humana não regenerada pelo amor de Cristo é
carregar um peso morto, algo que beira o masoquismo.
Agora, para os filhos de
Deus, remidos pelo sangue de Cristo que foi derramado exatamente nesta cruz
áspera, escandalosa e sem beleza alguma, deveria trazer gozo e alegria tomar a
cruz que nos é proposta, não pela cruz em si, mas pelo servir a Cristo, pelo
seguir sua instrução e pela compreensão espiritual da cruz como o caminho para
o Reino.
É triste percebermos que há
muitas outras cruzes no arraial cristão e que, tal como um celular Xing ling
quer imitar um iPhone, estas falsas cruzes tentam imitar a cruz que Cristo nos
propõe.
E há cruzes para todos os
gostos, tipos e bolsos.
Uma é diminuída em seu
tamanho, para ser mais leve e fácil de carregar. Esta cruz mutila a Bíblia,
eliminando dela todo o compromisso que a vida cristã querer.
Outra é aumentada para
parecer mais pesada do que realmente é tendo em vista que o que carrega tal
cruz julga-se merecedor da salvação por carregar mais peso que os outros e,
pior ainda, condena os que não têm uma cruz tão grande nas costas. Não é difícil
de reconhecer o carregador deste tipo de cruz, pois está sempre fazendo
sacrifícios tolos para buscar aprovação em Deus para seu coração endurecido.
Busca trilhar o caminho maldito da auto salvação e, em algum ponto da estrada
esbarra no muro da frustração.
Há ainda a cruz que só tem
aparência: tem cor de madeira, tem cheiro de madeira, parece rústica e tem até
sangue escorrendo por ela. Parece cruz, mas é falsa, é cinematográfica, é fake,
cruz de isopor que tenta enganar os homens, mas não é capaz de enganar a Deus.
Qualquer vento de doutrina vai quebrá-la e espalhar seus pedaços, revelando seu
interior.
Creio não conseguir
enumerar todos os tipos de pseudo cruzes no meio cristão, mas não posso deixar
de citar a cruz da aceitação. Este tipo de cruz é lixada e antes teve todas as
rebarbas removidas, sendo bem suave ao toque. Geralmente é envernizada ou
pintada com alguma cor da moda. Esta cruz precisa ser assim para que quem a
carrega seja aceito em seu meio, seja na escola, no trabalho, com amigos ou família.
Em seu interior até tem a mesma qualidade de madeira da cruz de Cristo, mas
recebeu muitos retoques e embelezamento externo para facilitar sua aceitação.
Quem carrega tal cruz retira as rebarbas da condenação do pecado para que possa
continuar com sua vida da mesma forma de outrora, mas com uma aparência gospel,
lixa-a para aliviar a aspereza do negar-se a si mesmo e a pinta ou enverniza
para dar uma aparência agradável para que outros até topem carregar uma cruz
bonitinha assim, imaginando com isto cumprir o verdadeiro IDE.
A cruz de Cristo é uma experiência radical, que nos muda
radicalmente.
Só a verdadeira cruz tem o poder de nos conduzir à essência da
Verdade, que é Cristo Jesus.
Se nos dedicarmos a
qualquer outra cruz que não a autêntica corremos o risco de, em vez de sermos
salvos pelo sacrifício de Jesus na cruz, sermos nós mesmos crucificados nesta
cruz fajuta, que nada tem a ver com a cruz de Cristo.
Giuliano Barcelos
Por Litrazini:
Graça e Paz
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