"Cristãos necessitam do evangelho
porque nossos corações estão sempre propensos a se desviarem"
A história de Jonas nos mostra que o
evangelho – as boas novas de que Deus busca os pecadores sem medir esforços
para salvá-los – é tanto para cristãos como para não cristãos. A vida de Jonas
é uma prova disso, pois Jonas, que conhece a Deus, obviamente necessita tanto
de salvação quanto qualquer outro personagem da história.
De fato, sua necessidade de resgate
acaba ganhando muito mais ênfase do que a dos outros. É a história dele, não a
dos Ninivitas, que aparece mais. Só isso já deveria ser suficiente para nos
convencer de que o resgate de Deus é uma necessidade contínua para cristãos e
não cristãos.
Os evangelhos não são simplesmente um
conjunto de verdades que os não cristãos devem acreditar para se tornarem
salvos. É uma realidade que os cristãos devem abraçar diariamente para
experimentarem a salvação.
O evangelho não apenas nos salva da
penalidade do pecado (pela justificação), mas também nos salva do poder do
pecado (pela santificação) dia após dia. Ou, como John Piper disse certa vez,
“A cruz não é só um lugar passado de substituição objetiva; é um lugar presente
de execução subjetiva”.
Nosso pecado diário requer a graça
diária de Deus – a graça que vem a nós através da obra completa de Jesus
Cristo.
A igreja tem estado em conflito por
anos a respeito de se os cultos devem ser voltados aos cristãos (para
encorajá-los e fortalecê-los) ou aos não cristãos (para atraí-los e
conquistá-los). Mas esse debate e o conflito sobre ele é uma perda de foco.
Estamos fazendo as perguntas erradas e assumindo conceitos errados.
A verdade é que nossos cultos devem
ser voltados a pecadores em necessidade do resgate de Deus – e isso inclui
tanto cristãos quanto não cristãos.
Já que os dois grupos precisam da
intervenção de Deus, ambos precisam do evangelho.
Cristãos necessitam do evangelho
porque nossos corações estão sempre propensos a se desviarem; somos sempre
tentados a fugir de Deus. É preciso o poder do evangelho para nos direcional de
volta ao primeiro amor. Caminhar conscientemente em direção ao evangelho deve
ser uma realidade e uma experiência diária para todos nós. Isso significa, como
Jerry Bridges nos lembra, “pregar o evangelho para nós mesmos todos os
dias”.
Devemos permitir que Deus nos lembre
todos os dias, através de sua Palavra, sobre a obra completa de Cristo em favor
dos pecadores para continuarmos convencidos de que o evangelho é relevante.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0VXOnYn_zxZZMPDtAafi55jD0v1LdQO_W7achkRVrQZdJN-LFwUjyHZuME57vE1g7ZqunnbFI7VkVxrzDxWdC7Jv-QfcJXCiTLkH0pQ199NJowLDkyfVGmFLrlpOpoCYLoBWkwXt9Gh0/s1600/intercess%C3%A3o++11520125151159102.jpg)
Minha observação sobre o cristianismo
me revela que a maioria de nós tende a basear nosso relacionamento com Deus em
nossas atitudes ao invés da graça. Se agirmos bem – seja lá o que “bem”
significa para cada um de nós – então esperamos que Deus nos abençoe. Se não
agirmos tão bem, nossas expectativas diminuem na mesma proporção. Nesse
sentido, vivemos pelas nossas obras, ao invés de vivermos pela graça. Somos
salvos pela graça, mas ainda vivemos pelo “suor” de nossas próprias obras.
Mais ainda, estamos sempre nos
desafiando e desafiando uns aos outros a “tentar um pouco mais”.
Parece que acreditamos que o sucesso
da vida cristã (seja lá como definimos “sucessos”) depende basicamente de nós:
nosso comprometimento, nossa disciplina e nosso zelo, com alguma ajuda de Deus
ao longo do caminho. Falamos da boca para fora que somos como o apóstolo Paulo, “Mas, pela graça de Deus, sou o que
sou” (1 Coríntios 15:10), mas nosso lema velado é “Deus ajuda quem se
ajuda”.
O reconhecimento de que meu
relacionamento diário com Deus é baseado nos méritos infinitos de Cristo, ao
invés das minhas obras, é uma experiência muito libertadora e confortante.
A
diferença entre viver para Deus e viver para qualquer outra coisa é que quando
nós vivemos para qualquer outra coisa, o fazemos para sermos aceitos, mas
quando vivemos para Deus, o fazemos porque já fomos aceitos.
Verdadeira liberdade (a liberdade que
apenas o evangelho garante) é viver para algo que já nos favoreceu ao invés de
viver por algo em troca de favorecimento.
Traduzido por Filipe Schulz / Iprodigo
Por Litrazini
http://www.kairosministeriomissionario.com/
Graça e Paz
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