Desde
o Pentecostes, a igreja de Jerusalém, cheia do Espírito Santo, crescia em
números e em graça. Permanecia firme na palavra e arraigada na oração. Tinha
intimidade com Deus e simpatia aos olhos do povo. Adorava a Deus com entusiasmo
e em cada alma havia temor.
Nessa
igreja havia uma liderança cheia do Espírito e um povo comprometido com a
santidade. No capítulo quatro de Atos, somos informados que em todos os crentes
havia abundante graça (At 4.33). Cinco verdades nos chamam a atenção na
passagem em apreço.
Em primeiro lugar, abundante
graça apesar de atroz perseguição (At 4.3).
Os líderes da igreja estavam sendo encerrados em prisão e açoitados não
porque fossem delinquentes e perturbadores da ordem social, mas porque pregavam
o poderoso evangelho de Cristo.
Uma
igreja fiel sempre despertará a fúria do mundo. Uma igreja santa sempre
incomodará uma sociedade rendida ao pecado. Porém, apesar de viver debaixo de
opressão, a igreja tinha abundante graça, exuberante alegria e poderoso
testemunho.
Em
segundo lugar, abundante graça manifestada num ousado testemunho (At. 4.8).
A igreja dava audacioso testemunho do evangelho mesmo debaixo das
ameaças mais ruidosas. Longe
da igreja recuar e calar sua voz diante dos açoites e prisões, tornou-se mais
intrépida. O apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo, deixou claro que a cura
do paralítico (descrita no capítulo 3 de Atos) não era um prodígio realizado
por seu próprio poder. Era uma obra soberana de Jesus, o mesmo que vencera a
morte, ressuscitando dentre os mortos. Pedro não se concentra no milagre da
cura, mas anuncia a Jesus como o único que pode salvar o pecador.
O
milagre não é o evangelho, mas abre portas para o evangelho. Pedro não hesitou
em proclamar no quartel general do Judaísmo que o Messias esperado era o Jesus
que havia sido crucificado em Jerusalém e levantado da morte. Não há nenhum
hiato entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Ele é o Salvador do mundo.
Em terceiro lugar, abundante
graça demonstrada em fervorosa oração (At 4.24).
Enquanto a liderança da igreja é ameaçada pelas autoridades no front da
batalha, a igreja fica na retaguarda da oração. Longe desses crentes perderem a
coragem e o fervor espiritual diante da perseguição, entregam-se à oração com
mais fervor, sabendo que Deus é soberano e que até mesmo as ações mais
perversas dos ímpios estão rigorosamente sob o controle de Deus.
A
igreja não pede cessação da perseguição, mas poder para testemunhar no meio da
perseguição. A igreja não pede ausência de luta, mas oportunidade para pregar.
Enquanto os crentes oravam, o Espírito Santo desceu sobre eles. A casa onde
estavam reunidos tremeu e todos, com intrepidez, deram testemunho de Cristo.
Não
há poder sem oração e não há eficácia na pregação sem oração. A igreja precisa
não dos aplausos do mundo, mas do poder do Espírito Santo. Precisa não do
reconhecimento da terra, mas da intrepidez do céu.
Em quarto lugar, abundante
graça revelada na plenitude do Espírito Santo (At 4.31).
Quando a igreja orou, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu e
todos ficaram cheios do Espírito Santo. Antes desse revestimento de poder a
igreja estava trancada por medo; agora, é trancada por falta de medo. Antes,
eles temiam os açoites das autoridades, agora são as autoridades que temem a
igreja.
Uma
igreja cheia do Espírito é irresistível. Ela não teme ninguém a não ser a Deus.
Ela não foge de nada exceto do pecado. Um crente cheio do Espírito Santo pode
até ser preso e algemado, mas se torna um embaixador em cadeias. Os homens
podem prender a nós, mas jamais a palavra de Deus.
Em quinto lugar, abundante
graça comprovada pela visível generosidade (At 4.32).
Uma
igreja cheia de graça é apegada às pessoas e desapegada das coisas. Não retém
os bens apenas para si; distribui-os com generosidade. Não acumula com
ganância, mas distribui com generosidade. Ama não apenas de palavras, mas de
fato e de verdade. Suas obras são o avalista de seus palavras. Prega não apenas
aos ouvidos, mas também aos olhos!
Rev.
Hernandes Dias Lopes
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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