Em
certa altura da história do Antigo Testamento, na época de Jeremias, por volta
do ano 627 antes de Cristo, o povo eleito se "desprendeu" e
"saiu" da presença de Deus, "renunciou" os compromissos
religiosos, "pôs-se" do lado de fora da aliança e da cerca que os
protegia, "repudiou" a própria história (iniciada há mais de mil
anos, com a chamada de Abraão) e "desertou" para o lado oposto.
Não
é necessário usar tantos verbos para explicar o que aconteceu. Basta dizer, em
uma linguagem mais clara, que Israel "apostatou" da fé.
A
apostasia é algo muito sério. Entre os apóstatas mais notáveis do período
bíblico estão o rei Acaz (2Cr 29.19), o rei Manassés (2Cr 33.19), Demas (2Tm
4.10), Himeneu e Alexandre (1Tm 1.19-20).
Há
muitas razões para a apostasia. Uma delas é a força destruidora da perseguição
religiosa. As ameaças, a tortura, a prisão e o martírio têm feito alguns
cristãos renunciarem a fé. Às vezes apenas "da boca para fora", mas
não no íntimo.
O
relaxamento moral progressivo, por sua vez, pode descambar na apostasia. Daí a
exortação: "Se continuarmos a pecar
de propósito, depois de conhecer a verdade, já não há mais sacrifício que possa
tirar os nossos pecados" (Hb 10.26, NTLH). A intensificação dos
poderes demoníacos, por meio de falsos profetas, falsos mestres, falsos
cristãos e falsos milagres, pode roubar a fé de muitos. O Apocalipse diz que
todos ficarão maravilhados com a cura da besta que havia sido golpeada
mortalmente e, então, se porão ao lado dela (Ap 13.3).
É
difícil, mas pode acontecer que o apóstata venha a se arrepender e volte para o
aprisco. Pela instrumentalidade dos profetas,
Deus
se dirige às gerações apóstatas de maneira comovente. Às vezes, ele recorda os
bons tempos anteriores à apostasia: "Eu
me lembro bem de como você procurava me agradar e demonstrar o seu amor, como
uma jovem noiva, [e quando] me seguia fielmente, através do deserto onde planta
nenhuma podia nascer"(Jr 2.2, BV).
Outras
vezes, ele reclama com ternura: "O
meu povo cometeu dois pecados: Eles abandonaram a mim, a fonte de água fresca,
e cavaram cisternas, cisternas rachadas que deixam vazar a água da chuva" (Jr
2.13, NTLH). Quando convém, ele fala mais energicamente e faz promessas de
renovo: "Venham cá, vamos discutir
este assunto [pois] os seus pecados os deixaram manchados de vermelho,
manchados de vermelho escuro; mas eu os lavarei, e vocês ficarão brancos como a
neve, brancos como a lã" (Is 1.18, NTLH).
A
evangelização pretende alcançar os que nunca ouviram o anúncio das boas-novas.
A
reevangelização, por sua vez, quer alcançar aqueles que saíram do meio de nós,
mas, a rigor, ainda não eram dos nossos (1Jo 2.19). É possível que "com laços de amor e de bondade" (Os
11.4) Deus os traga de volta!
Fonte:
Ultimato
Transcrito
Por Litrazini
Graça
e Paz
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