Quando a vida fechar-se, leia a história.
Quando alguém em quem você confia retribui com desonestidade. Quando as marcas
de ontem bloqueiam os vôos de hoje. Quando você tiver sido chutado do topo da
montanha e escalar de novo parecer inútil.
Você é colocado frente a frente com uma
decisão. O que você faz com sua desilusão? O que você faz com seu coração
partido? Nós não estamos falando sobre inconveniências ou irritações. Nós não
estamos discutindo sobre filas compridas ou faróis vermelhos ou um jogo ruim de
tênis. Estamos falando sobre coração partido. O que você faz com esse
coração partido?
Leia a história. Isso é o que Jesus fez
quando Ele encontrou dois seguidores desiludidos na estrada de Jerusalém para
Emaús, alguns dias depois de Sua morte. O mundo deles tinha desmoronado,
assim como o seu. É óbvio pelo jeito que eles andam. Os pés deles estão
arrastados, as cabeças deles estão caídas, os ombros deles estão encurvados. As
sete milhas de Jerusalém para Emaús devem parecer setenta.
Enquanto eles andam, eles conversam sobre
“todas as coisas sucedidas” (Lucas 24:14). Não é difícil imaginar suas
palavras. “Por que as pessoas se voltaram contra Ele?” “Ele poderia ter
descido da cruz. Por que Ele não desceu?” “Ele deixou Pilatos
intimidá-lo.” “O que a gente faz agora?”
Enquanto eles andam, aparece um estranho
atrás deles. É Jesus, mas eles não O reconhecem. O desapontamento fará isso com
você. Ele irá cegá-lo para a presença extraordinária de Deus. O desânimo vira
seus olhos para dentro. Deus poderia estar andando ao nosso lado, mas a
angústia encobre nossa visão.
A angústia faz algo mais. Não só encobre
nossa visão, ela endurece nossos corações. Ficamos cínicos. Ficamos irritados.
E quando chega a boa notícia, não queremos aceitá-la pelo medo de ficarmos
desapontados novamente. Isso é o que aconteceu com aquelas duas pessoas.
Mais tarde eles dizem estas palavras: É
verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos
surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o corpo de
Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele
vive. De fato alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do
que disseram as mulheres; mas a ele, não o viram.
Quando lemos as Escrituras, nem sempre
podemos dizer em que tom as palavras foram ditas. Às vezes não sabemos se a
pessoa que fala está jubiloso ou triste ou tranqüilo. Desta vez, entretanto,
não há dúvida sobre o que eles estão pensando: Se não fosse ruim o suficiente
Jesus ter sido morto, agora algum ladrão de sepultura pegou o corpo e enganou
alguns dos nossos amigos.
Há uma linha, uma linha tênue, a qual uma
vez cruzada pode ser fatal. É a linha entre o desapontamento e a raiva. Entre
mágoa e ódio, entre amargura e culpa. Se você está aproximando-se dela,
deixe-me avisá-lo, não a cruze. Dê um passo para trás e faça esta pergunta: Por
quanto tempo darei atenção à minha mágoa?
Em algum ponto você deve seguir adiante. Em
algum ponto você deve curar. Em algum ponto você deve deixar Jesus fazer por
você o que Ele fez por aqueles homens.
Sabe o que Ele fez? Primeiro, Ele foi até
eles. Sei que já mencionamos isso, mas vale a pena repetir. Ele não sentou e
cruzou Seus braços e disse, “Por que esses dois não conseguem seguir com o
programa?” Ele não reclamou para o anjo e disse, “Por que eles não crêem no
túmulo vazio? Por que eles são tão difíceis de agradar?”
O que Ele fez? Ele os encontrou em seus
pontos de dor. Apesar da morte ter sido destruída e o pecado anulado, Ele não
se aposentou. O Senhor ressurreto mais uma vez embrulhou-Se em carne humana,
colocou roupas humanas, e descobriu corações partidos.
Leia cuidadosamente suas palavras e veja se
você consegue descobrir a mágoa deles:
“Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o nazareno,
que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o
povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para
ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele
quem havia de remir a Israel (Lucas 24:19-21).
Aí está. “Ora, nós esperávamos...” Os
discípulos esperavam que Jesus libertasse Israel. Eles esperavam que Ele
chutasse os romanos para fora. Eles esperavam que Pilatos estivesse fora e
Jesus estivesse dentro. Mas Pilatos ainda estava dentro, e Jesus estava morto.
Expectativas não realizadas. Deus não fez o
que eles queriam que Ele fizesse. Eles sabiam o que eles esperavam de Jesus.
Eles sabiam o que era esperado que Ele fizesse. Eles não tinham que perguntar a
Ele. Se Jesus é o Messias, Ele não dormirá na minha tempestade. Ele não
desafiará a tradição. Ele fará o que é esperado que Ele faça.
Mas não foi o que ele fez. E nós não
estamos alegres? Não estamos alegres por não ter sido respondida a oração de
Cléopas e de seu amigo? Não estamos alegres por Deus não ter ajustado Seus
planos para realizar os pedidos daqueles dois discípulos?
Eles eram bons discípulos. Com corações
bons. E corações sinceros. Eles só tinham as expectativas erradas.
Max Lucado
Por Litrazini
Graça e Paz
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