Guarda-me como à menina
do olho; esconde-me debaixo da sombra das tuas asas (Salmo17.8)
O DESEJO DO SALMISTA(Sl.17. 1-5)
A
primeira coisa a fazer quando estamos enfrentando dificuldades, é levar o
assunto à presença do Senhor. Davi examinou-se a si mesmo aos olhos penetrantes
do Senhor, exonerou-se da acusação de ser traidor e buscou reparação do erro.
Ele não procurou justificar-se a si mesmo, mas pediu a intervenção do Senhor.
Sua
suplica é o desejo de um coração sincero e honesto. Davi não encontrava justiça
em Saul, porém confiava que os olhos do Senhor viam a sua retidão.
“Sonda-me o coração, de
noite me visitas, prova-me no fogo, e iniquidade nenhuma encontrará em mim”.
Davi declara a sua inocência de todo propósito maligno. Ele não havia
transgredido a vontade de Deus nem em palavras ou em obras (ações). Ele sentia
na pele o golpe doloroso das falsas acusações levantadas contra ele, mas ainda
assim, comprometeu-se não pagar o mal com o mal (Sl.17. 4-5).
À SOMBRA DAS
SUAS ASAS (
V 6-12)
“Guarda-me como a
menina dos olhos, esconde-me à sombra de tuas asas”. Esta expressão é
muito freqüente no Antigo Testamento e significa: aquele que é muito querido,
ou algo que é guardado com especial cuidado.
Charles
Spurgeon o príncipe dos pregadores. Comentado este versículo fez a seguinte
observação:
Parte
alguma do corpo é mais preciosa, mais delicada e mais cuidadosamente guardada
do que os olhos; e a parte dos olhos que deve ser guardada com cuidado especial
é a central, a pupila, ou a “menina dos olhos”. O sábio criador colocou os
olhos num lugar bem protegido; estão cercados por ossos que os protegem como
montes ao redor de Jerusalém.
Além
disso, o criador os circundou com muitas túnicas interiores, além do cercado
que são as sobrancelhas, a cortina que são as pestanas e a cerca que são as
pálpebras, além disso ele deu aos homens um valor tão grande para com os seus
olhos e uma apreensão de perigo tão instantânea, que parte alguma do corpo é
mais fielmente guardada que o órgão da visão.
Fazendo
uma outra observação notamos, que, quando olhamos em um espelho vemos a nossa
própria imagem. Se estamos também bem próximo de uma pessoa e a olhamos nos
olhos, vemos o nosso próprio reflexo. Deus também está olhando para nós, só
podemos ver a nós mesmos como somos, somente quando virmos através de seus
olhos. Vemos o nosso reflexo em seus olhos não como a pessoa que temos sido,
mas como o milagre que podemos vir a ser.
Sentimos
graça ilimitada ao percebemos que somos a menina dos olhos de Deus. Perto do
final da vida, Moisés, olha para o passado, e conclama aos israelitas a
louvarem ao Senhor pelo seu cuidado constante (Dt 32.9-10).
O
fato é que o Senhor nos vê, nos conhece, cuida de nós e jamais nos abandonará.
O Senhor paira sobre nós e nos guarda de tudo aquilo que nos impeça de realizar
a sua vontade. Seus braços eternos nos sustentam por baixo, por cima e ao
redor. O salmista podia enfrentar ou suportar tudo enquanto soubesse que estava
sendo guardado pelo Senhor (Nm 6.24-26).
“Levanta-se Senhor, defronta-os,
arrasa-os...” o salmista pede a Deus que saia ao encontro dos seus
inimigos e faça-os se prostrarem. O salmista invoca a soberania de Deus no
combate as seus adversários, sabendo que ante a voz de comando divino, todos se
prostram, pois todos o reconhecem como o Supremo Soberano (Rm 14.11).
Em
um sentido profundo, Jesus Cristo é a manifestação tanto da menina dos olhos de
Deus como da sombra de suas asas. Em Cristo temos o amor dos braços protetores
de Deus que nos sustentam e nos dão sombra. Ele levou todas as nossas mágoas
sobre si no Calvário, ressurgiu voltando para ser o amigo que jamais nos
abandona.
Transcrito
Por Litrazini
Graça
e Paz
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