Paulo foi o maior pastor, teólogo, missionário
e plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele plantou igrejas nas
províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Ele enfrentou açoites,
prisões, naufrágios e apedrejamento, mas jamais perdeu a doçura nem deixou de
glorificar a Deus no sofrimento.
Em 2 Timóteo 4.6-18, Paulo fala que seu passado
foi marcado por combate, perseverança e fidelidade (2Tm 4.7). Ao enfrentar seu
presente, afirma que não é Nero que vai lhe matar, mas ele é quem vai se
entregar (2Tm 4.6). Ao vislumbrar seu futuro, está seguro de que a recompensa
divina já está preparada para ele.
Paulo está no corredor da morte, na ante-sala
do martírio. Está fechando as cortinas da vida numa masmorra úmida, fria e
insalubre. Não havia mais esperança de liberdade. Deus não o pouparia mais da
morte, mas o libertaria através da morte. É nesse contexto que o veterano
apóstolo compartilha conosco seus sentimentos.
O QUE PAULO ESTAVA SENTINDO NA PRISÃO, ANTES DO SEU MARTÍRIO?
1. O DRAMA DA SOLIDÃO (2Tm
4.9,11,21).
Paulo não está apenas preso, mas também só. Ele precisa de Deus, mas também de gente ao seu lado. Por isso, roga a
Timóteo para vir estar com ele. Pede a Timóteo para trazer Marcos, o mesmo
Marcos que ele um dia dispensara. Paulo anseia por comunhão e relacionamento.
Deseja ter alguém do seu lado antes de morrer.
Gente precisa de Deus, mas gente também precisa
de gente.
2. O DRAMA DO ABANDONO (2Tm
4.10).
Paulo diz que Demas, por ter amado o presente
século, o havia abandonado. Aquele que um dia caminhara com ele e fora seu
cooperador, agora abandona suas fileiras. Quando mais Paulo precisa de ajuda e
companheirismo, Demas o deixa só. Quando mais Paulo está focado no céu,
ansiando pela era por vir, Demas ama o presente século e dá as costas para
Deus.
3. O DRAMA DA TRAIÇÃO (2Tm
4.14,15).
Paulo enfrenta no final da vida a amarga
realidade da traição.
Alexandre, o latoeiro causou-lhe muitos males. Os estudiosos afirmam
que foi esse indivíduo que delatou o apóstolo Paulo, culminando em sua segunda
prisão e consequente martírio. Alexandre não perseguiu apenas o pregador, mas
também a pregação. Ele atacou não apenas o mensageiro, mas também a mensagem.
Mesmo o maior missionário da igreja cristã, não é poupado de enfrentar, já no
final da vida, a dolorosa realidade da traição.
4. O DRAMA DA PRIVAÇÃO (2Tm 4.13).
Paulo foi o maior líder da igreja cristã no
primeiro século.
Nenhum imperador exerceu tanta influência na história como ele. Mas
esse homem chega ao final da vida sem aposentadoria, sem casa para morar nem
mesmo roupa para vestir. Ele pede a Timóteo para trazer-lhe seus livros,
pergaminhos e até mesmo a capa. O inverno estava chegando e ele não suportaria
as baixas temperaturas de Roma enfurnado naquela gélida masmorra. Paulo não tem
luxo e está privado até mesmo das coisas essenciais.
5. O DRAMA DA INGRATIDÃO (2Tm
4.16).
O velho apóstolo enfrenta mais um golpe
doloroso no final da vida. Na sua primeira defesa, ninguém foi a seu
favor, antes todos o abandonaram. Aquele que investira sua vida na vida dos
outros, agora quando precisa de uma palavra a seu favor, vê a sala da audiência
vazia, pois todos o haviam abandonado. Antes de sentir-se desolado com
a ingratidão dos homens, Paulo afirma que Deus o assistiu e o revestiu de
forças.
Antes de tombar no cadafalso romano, o veterano
apóstolo ergue os olhos aos céus, e diz: “Ao Senhor Jesus seja a glória pelos séculos dos séculos”.
Hernandes Dias Lopes
Por
Litrazini
Graça e
Paz
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