Quando o jovem rico procurou Jesus (Marcos
10:17-22), sua pergunta indicava que perdera algo pelo caminho.
Como um homem religioso, procurara cumprir
todos os mandamentos.
Mas seu coração estava em outras coisas. Ele
vinha cumprindo a Lei simplesmente pelo benefício que ela oferecia: a garantia
da vida eterna.
Nunca aprendera a amar a Deus de coração. Era
como um segundo negócio que traria seus lucros no tempo certo.
Seu principal negócio era aumentar a riqueza
que havia herdado. Isso não era uma tarefa fácil e consumia todo seu tempo.
Exigia vários esforços: evitar pessoas cujas
conversas terminariam inevitavelmente em pedidos de empréstimos; analisar
propostas de negócios que envolviam fortes investimentos com retornos
duvidosos; fiscalizar e cobrar a produção dos rebanhos, dos olivais, das
videiras, da produção de pães e das empresas de pesca.
Tudo isso sem falar dos homens que lhe ofereceram sua filha em
casamento, mas cujo interesse final era o dote que receberiam em troca. Esse
era o grande negócio da sua vida. O resto era pura religiosidade.
Ser religioso, aliás, agregava bastante valor
aos seus negócios. Todos queriam fechar contratos com um homem honrado que
cumpria a Lei de Moisés. O seu coração estava nisso. Ele vibrava com cada
oportunidade de aumentar sua riqueza. Sentia um prazer imenso em ser
reconhecido pela sua capacidade de negociar.
E euforia tomava conta do seu coração, momentos
antes da reuniões de negócio. Era uma homem muito ambicioso. Sua ambição não
conhecia limites. Alguns até o reputavam como ganancioso. Estabeleceu metas e
alvos a si mesmo. E nada nem ninguém o impediria de atingir seus objetivos.
E, no meio de toda essa correria, perdeu a
maior riqueza da vida: a certeza da vida eterna e seu resultado mais imediato,
a paz no coração.
Recusou a proposta de Jesus de trocar toda sua
riqueza pela vida eterna, pois lhe pareceu uma troca injusta. Ou então
descobriu-se escravo da riqueza ao invés de dono dela. E como escravo, não
teria como dizer não a ela. Mas a vida é feita de escolhas e ele fez a sua. A riqueza
era mais importante. Saiu triste por não ter como ficar com as duas. Abriu mão
da vida eterna pela riqueza terrena.
Ele perdeu a vida eterna em algum momento da
sua caminhada. Ou nunca a teve de verdade, porque nunca colocou seu coração
nela.
Por
mais que tenhamos ambições, metas e alvos a atingir nessa vida, nunca percamos
Deus de vista.
Ele
é nossa maior riqueza, e portanto, nossa maior prioridade.
Pr Edival Alves dos Santos
Por
Litrazini
Graça e
Paz
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