Quando
você se rende à sede, não se importa mais com o que diz. Dirá: "Se eu somente puder tocar na bainha
de seu manto... se eu puder ter um encontro com Ele". Se você chegar
ao ponto de correr o risco de perder o controle da situação, a minha pergunta
é: Por que tentar manter o controle? Quando você não sabe se ri ou se chora,
você pode estar em uma boa posição.
E
possível que a plenitude e o vazio existam lado a lado? Sim.
A
profunda satisfação e a sede infinita podem coexistir em um coração? Sim.
Como
podem a alegria e a dor almejar irradiar na mesma face, ao mesmo tempo?
Pergunte
a Esdras, o sacerdote do Antigo Testamento. Ele sabia a resposta. Davi, o
salmista, e Paulo, o apóstolo, também. Eles viviam constantemente neste
estranho estado de tensão celestial entre o desejo consumidor e a satisfação
esmagadora da presença dele.
No
dia em que você se arrependeu se seus pecados e recebeu a Jesus Cristo como
Senhor e Salvador, pensou que tinha tirado "o máximo" de Deus para
abastecê-lo para o resto da vida. O dia da sua salvação foi somente o início de
uma vida nova como um "novo filho".
Você
precisa de constante exposição à Palavra, ao Espírito, ao povo de Deus, à
igreja. A presença de Deus é o ar que nosso homem espiritual respira. Não foi
em tom de brincadeira que Jesus se intitulou de "O Pão da Vida".
Ele é verdadeiramente o nosso alimento, água, alegria, rocha e escudo, quem nos
cura, nos liberta, redime, nosso pastor, grande sumo sacerdote, advogado.
Jesus
disse: "pois sem mim vocês não
podem fazer coisa alguma". O que isso significa? Os ramos de uma
videira são "gratos" por pertencerem à videira e à raiz. Mas, também
têm necessidade de tirar mais e mais sustento da videira. Essa é a figura de
Deus sobre a gratidão e a ansiedade ao mesmo tempo.
Mesmo
o maior adorador saiu da presença de Deus sedento
O
rei Davi talvez tenha sido o maior líder de louvor e adoração de todos os
tempos. Ele estabeleceu padrões de adoração que ainda tentamos igualar. Fez
isso antes da Cruz e do advento do Espírito Santo. Contudo, o mesmo homem que
sentava-se na presença de Deus, no "tabernáculo de Davi", ao ar
livre, disse ao Senhor:
Como
a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha
alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a
Deus?
Jacó,
o patriarca do Antigo Testamento, teve um passado parecido com o de muitos de
nós. Quando Deus começou a trabalhar nele, tornou-se um homem ansioso. Estava
grato pela visão da escada que tocava o céu e pela confirmação das promessas
que Deus havia feito ao seu pai, mas queria muito mais.
Estava
tão ansioso por um milagre e uma segunda chance que lutou a noite inteira com
um homem que muito provavelmente era o próprio Cristo pré-encarnado. Nessa
luta, Jacó recusou-se a soltá-lo até que recebesse a bênção. Estava louco por
um recomeço. Queria um novo nome. Então, o Senhor o chamou de Israel e o
abençoou. Deu também a Jacó um ferimento permanente no quadril para que se
lembrasse das suas necessidades perante Deus.
Simeão
era um idoso guerreiro de oração, numa época de apostasia. Orava constantemente
no templo de Jerusalém. Simeão obtinha conforto nas promessas de Deus, mas
queria mais. Deus lhe prometeu que veria o Messias de Israel antes de morrer.
Muitos
anos se passaram até que o dia chegou e finalmente viu o pequeno Jesus no
templo. Naquele momento, a represa profética se rompeu no coração de Simeão e
ele profetizou a respeito de Jesus. Desde o fim da era dos profetas,
quatrocentos anos antes, essas talvez tenham sido as primeiras palavras de
profecia ouvidas em Israel. Ele expressou abertamente sua gratidão pelas
promessas de Deus, mas foi sua sede por mais que o manteve vivo o suficiente para profetizar sobre o Messias e vê-lo.
João,
o discípulo, era grato pela companhia do Senhor, mas seu anseio por estar mais
perto de Jesus fez com que repousasse a cabeça no peito do Senhor a cada
oportunidade que tinha. Podemos considerar, com segurança, que João não se
importava se os outros discípulos falavam dele, se o desprezavam, ou expressavam o ciúme por causa de sua busca por mais do amor do Senhor. Tudo o que sabia
era que, se o Mestre estivesse ao alcance de seu toque, ele iria direto ao seu
coração.
O
"vício por Deus" de João não é algo que devamos desprezar, mas sim
perseguir e reproduzir em nossa vida. O vício de João pela presença de Deus
continuou por toda a sua vida, muito depois de Jesus ter ascendido para o Pai e
da empolgação dos primeiros dias ter passado.
Extraído
do Livro Os Descobridores de Deus de Tommy Tenney / Por Litrazini
Graça e
Paz
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