“Não é bom
que o homem esteja só”(Gn.
2.18)
A solidão é algo que assusta
profundamente o ser humano. A solidão dói. Os homens se envolvem cada vez mais
em atividades, para não se sentirem sós.
O medo da solidão pode gerar
relacionamentos insatisfatórios, onde as pessoas se toleram e se aturam para
não ficarem sós. Cercar-se de amigos, casar-se, ir a festas, participar de uma
igreja, mergulhar no trabalho, nada disso vence a solidão, pois ela não é uma
ausência física de companhia humana, é a constatação da ausência de relações
significativas com outras pessoas. Daí os solitários sentirem-se insatisfeitos,
tristes, inseguros, ansiosos e deprimidos.
Na cruz, Jesus sentiu-se desamparado.
Paulo viu-se sozinho numa prisão de Roma. João passou seus últimos dias exilado
na ilha de Patmos.
Jesus tinha necessidade de ficar só de
vez em quando e procurava lugares desertos para orar. Nós também podemos ter
esses momentos de isolamento, tão propícios ao descanso e reflexão, isso se
chama solitude
Já a solidão é caracterizada por um vazio existencial
devido à falta de relações significativas com entes queridos. Mesmo cercados de muitas
pessoas, se não tiver determinada importância ou proximidade conosco, seremos
solitários. “Sou como o pelicano no
deserto, como a coruja nas ruínas” (Sl. 102.6). Existe muita solidão
nos orfanatos, asilos, hospitais, e penitenciárias. Nós a encontraremos entre
os migrantes, soldados, solteiros e viúvos. Ela também existirá nas grandes
cidades, condomínios luxuosos, entre artistas, governantes, nas multidões
apressadas e nas fábricas entupidas de operários.
Ser religioso não deixa ninguém menos só. A religião não pode resolver
o problema da solidão, pode até agravar. Não podemos forjar uma relação
com o Senhor para compensar a falta de laços satisfatórios com outras pessoas. Não seria uma comunhão
espiritual saudável, mas uma compensação.
A solidão é um fardo pesado, mergulha-se num estado
crônico de depressão, a auto estima desaba, a busca de relacionamentos com
ansiedade acaba por afastar as pessoas, originando autopiedade e desespero. Daí, tentam esconder-se no
trabalho, numa vida social intensa, nas drogas, no álcool, alguns, até tentam o
suicídio.
Podemos ira à Casa de Deus por costume e sair de lá
exatamente como entramos, mas, se quisermos faremos do culto um momento de
riqueza espiritual e de crescimento interior. Infelizmente muitas igrejas, por conta
das cerimônias frias e convívio humano superficial, contribuem para que seus
membros se sintam solitários.
Nenhuma solidão resiste a um companheirismo sincero e
desinteressado com o Senhor. Quem
está com ele nunca se encontra totalmente só. “... Se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá.” (Sl.
27.10).
Se nos relacionarmos apenas com
pessoas, mas não com Deus, ainda estaremos solitários. Porém, além de nos abrir
com Deus, necessitamos estabelecer relacionamentos significativos com quem está
ao nosso lado, no templo, em casa, no trabalho, para isso precisamos tentar
superar desentendimentos do passado.
Para sair da solidão, temos de reconhecer que o
propósito da vida das pessoas não é nos satisfazer, nem tornar nossas vidas
mais agradáveis, que eles não existem para nós, mas, para si próprios. É dar-se e receber, para
viver e deixar viver, de uma maneira desinteressada, profunda e sincera.
Obter vitória para a solidão é superar
as circunstâncias, a timidez e o medo. É sair do seu mundo fechado e estabelecer
relações significativas e gratificantes.
Por Litrazini
Graça e Paz
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