ANJO DO SENHOR – [Do hb. malak Yavé]
Segundo alguns teólogos, o anjo do Senhor era uma auto manifestação do Senhor
Jesus. Para fortalecer este ponto de vista, alegam que, diferentemente de todos
os outros seres angelicais, o anjo do Senhor aceitava adoração e falava em nome
do mesmo Deus. Em virtude destes fatos, alinham os seguintes argumentos:
1)
Somente um membro da Santíssima Trindade poderia aceitar adoração; e
2) Apenas o Filho, ou o Espírito Santo, poderia falar em nome do Pai com
tanta autoridade e com tamanha identificação.
Entretanto,
devemos levar em consideração que, antes de sua encarnação, o Senhor Jesus
estava no seio do Pai (Jo 1.18). Ou seja, permaneceu escondido em Deus até o
momento de sua miraculosa manifestação no ventre de Maria. Sendo assim, todas
as manifestações pré-encarnacionistas do Verbo Divino não passam de
desnecessárias e perigosas especulações.
Levemos
em consideração ainda que, entre a personalidade do anjo do Senhor e a de
Cristo, há flagrantes contrastes.
Então, quem é realmente o
anjo do Senhor?
“É
um anjo especialmente designado para representar o Senhor Deus em missões
especiais. Em sua função de embaixador, possui algumas prerrogativas
exclusivas. No que tange à adoração, observemos o seguinte: quando alguém, no Antigo
Testamento, reverenciava-o, na verdade estava reverenciando a Jeová, pois ele
(o anjo) era o portador por excelência do nome divino” (Dicionário Teológico,
Claudionor Corrêa de Andrade).
É
mister fazer menção especial ao “Anjo do SENHOR (às vezes, “o Anjo de Deus”, um
anjo incomparável que aparece no AT e no NT.
(1)
Seu primeiro aparecimento foi a Agar, no deserto (Gn 16.7); outros
aparecimentos incluíram pessoas como Abraão (Gn 22.11,15), Jacó (Gn 31.11-13),
Moisés (Êx 3.2), todos os israelitas durante o êxodo (Êx 14.19) e mais tarde em
Boquim (Jz 2.1,4), Balaão (Nm 22.22-36), Josué (Js 5.13-15, onde o príncipe do
exército do SENHOR é mais provavelmente o Anjo do SENHOR), Gideão (Jz 6.11),
Davi (1 Cr 21.16), Elias (2 s 1.3-4), Daniel (Dn 6.22) e José (Mt 1.20; 2.13).
(2)
O Anjo do SENHOR realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos em
geral. Às vezes, simplesmente trazia mensagens do Senhor ao seu povo (Gn
22.15-18; 31.11-13; Mt 1.20). Noutras ocasiões, Deus enviava o seu anjo para
suprir as necessidades dos seus (1 Rs 19.5-7), para protege-los do perigo (Êx
14.19; 23.20; Dn 6.22) e, ocasionalmente, destruir os seus inimigos (Êx 23.23;
2 Rs 19.34, 35; Is 63.9). Quando o próprio povo de Deus rebelava-se e pecava
grandemente, este anjo podia ser usado para destruí-lo (2 Sm 24.16,17).
(3)
A identidade do anjo do Senhor tem sido debatida, especialmente pelo modo como
ele frequentemente se dirige às pessoas.
Note
os seguintes fatos;
(a)
Em Jz 2.1, o anjo do Senhor diz: Do Egito Eu vos fiz subir, e Eu vos
trouxe à terra que a vossos pais Eu tinha jurado, e Eu junca invalidei o meu
concerto convosco (o grifo dos pronomes foi acrescentado). Comparada esta
passagem com outras que descrevem o mesmo evento, verifica-se que eram atos do
Senhor, o Deus do concerto dos israelitas. Foi Ele quem jurou a Abraão, a
Isaque e a Jacó que daria aos seus descendentes a terra de Canaã (Gn 13.14-17;
17.8; 26.2-4; 28.13); Ele jurou que esse concerto seria eterno (Gn 17.7), Ele
tirou os israelitas do Egito (Êx 20.1,2) e ele os levou à terra prometida (Is
1.1,2).
(b)
Quando o anjo do Senhor apareceu a Josué, este prostrou-se e o adorou (Js
5.14). Essa atitude tem levado muitos a crer que esse anjo era uma
manifestação do próprio Senhor Deus; do contrário, o anjo teria proibido Josué
de adorá-lo (Ap 19.10; 22.8,9),
(c)
Ainda mais explicitamente o anjo do Senhor que apareceu a Moisés na sarça
ardente disse, em linguagem bem clara: “Eu
sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êx
3.6).
(4)
Porque o anjo do Senhor está tão estreitamente identificado com o próprio
Senhor, e porque ele apareceu em forma humana, alguns consideram que ele era
uma aparição do Cristo eterno, a segunda pessoa da Trindade, antes de nascer da
virgem Maria”
Fonte:
(Bíblia de Estudo Pentecostal).
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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