“Vós sois o sal da
terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta
senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mt 5.13)
A
terra e seus habitantes encontram-se num contínuo processo de deterioração. Nós
somos o “sal da terra”. R. V. Tasker, professor de exegese do Novo Testamento
na Universidade de Londres, tem razão quando diz: “Da mesma forma, os
discípulos são chamados para serem uma espécie de desinfetante moral, para um
mundo cujos padrões morais são baixos, estão constantemente mudando ou não
existem.” A nossa própria presença nele detém a corrupção.
O
sal é ainda um agente curativo. E provoca sede. Ele dá sabor, realçando o sabor
de muitos alimentos. O sal é uma substância notavelmente útil, só que.... Será
que notamos a presença de uma palavrinha no verso 13? “... se o sal vier a ser insípido...” (quer dizer: “se
o sal perder sua qualidade picante, aquilo que o torna peculiar”). Jesus não
introduz aqui uma advertência imaginária, mas verdadeira. Se for removida do
cristão aquela sua virtude que o distingue de tudo, não sobra nada que tenha
valor. Para nada mais prestamos, como diz o Senhor.
Gostaria
de fazer uma observação bem direta agora. O pensamento secular está corroendo
sensivelmente esse caráter distintivo que o servo de Deus possui. E isso está
começando a influenciar a igreja de Jesus Cristo. Muitos crentes já submeteram
sua mente ao sistema do mundo. Aquela mente cristã, distinta da do mundo, hoje
é peça rara. Ideologia tais como humanismo, secularismo, intelectualismo e
materialismo invadiram o pensamento cristão de tal forma, que nosso sal ficou
diluído – e em alguns casos, nem existe mais.
Francis
Schaeffer, revelando determinação e zelo proféticos, tem tentado despertar-nos
para enxergar essa moléstia. E Harry Blamires, que poderíamos chamar de
Schaeffer britânico (e que foi aluno de C. S. Lewis em Oxford) afirma
abertamente e de forma dogmática: “Não existe mais pensamento cristão.”
Influenciado e marcado pela imprensa, pelos sistemas educacionais
secularizados, pelas expectativas, hoje tão baixas da sociedade, e pelas
todo-poderosas pressões de seu grupo social (sem mencionar o impacto causado
pela televisão e cinema), o servo cristão pode facilmente cair na armadilha.
Podemos virtualmente parar de pensar em consonância com a Bíblia e deixar de
“sacudir o saleiro”.
É
por isso que Jesus expõe essa sua preocupação com tanta ênfase: “Para nada mais presta senão para, lançado
fora, ser pisado pelos homens.” (Mt 5.13) Temos que exercer a função
de preservar... senão perderemos nossa influência e nos tornaremos tão
insignificantes , como uma camada de poeira nas ruas das cidades. Servo, tenha
cuidado com isso!
O
sal é polvilhado e espalhado... não derramado. Ele tem que ser espalhado. O sal
em demasia estraga um alimento. Isso é um bom lembrete para os cristãos, no
sentido de que se espalhem, em vez de ficarem todos aglomerados em grupos.
O
sal aumenta o sabor... mas não aparece. Nunca vemos ninguém dizer:
-
Puxa, como este sal é bom!
O
que dizemos muitas vezes é:
-
Este prato está realmente saboroso!
O
verdadeiro servo cristão realça o sabor da vida, um sabor que sem ele não
existiria.
O
sal não se parece com nenhum outro tipo de tempero. Entretanto, sua força está
exatamente em ser diferente dos outros. Ele não pode ser imitado; e para ser
útil, precisa ser colocado no alimento.
O
sal que permanece no saleiro não vale de nada para ninguém.
Extraído
do livro Eu, um servo, Voce esta brincando, de Autoria de Charles Swildoll
Por
Litrazini
Graça
e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário