A tentação pode ser neutralizada
definitivamente por um determinado ato. Esse ato é um fruto do Espírito. Lemos
em Gaiatas 5:22, 23: Mas o fruto do
Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
A palavra que queremos é domínio próprio. A
palavra grega significa literalmente "na força", sendo isso
exatamente o que é. O fruto do Espírito é força interior. Ela é frequentemente interpretada como "domínio", ou "domínio do 'eu'" na
literatura extrabíblica.
Em outras palavras, uma das coisas que o
Espírito de Deus promete fazer pelo filho de Deus é capacitá-lo a controlar o
ego, as fraquezas e as áreas de tentação. Como a tentação é contrariada? Pelo
auto-controle. Grave esse pensamento em mente.
Espere um pouco. Ao ler isto, você pode ser
tentado a dizer (como fariam os que assistem às chamadas conferência da vida
mais profunda): "Isto não é algo que eu deva fazer, mas que Deus faz. Não
sou capaz de nada. Só estou passivamente envolvido. Deus está ativamente envolvido porque, afinal de contas, o autocontrole é um fruto do Espírito."
Estou certo de que já ouviu esse tipo de
raciocínio. Parece tão correto, tão profundo. Esse ensino sutil está, porém,
errado. Embora o autocontrole tenha origem no Espírito de Deus, nós o cumprimos
ativamente. Tanto o Espírito Santo como nós agimos! Isso é algo importante a
ser lembrado. É um esforço de equipe.
Existe um ensinamento pregado por aí de que se
algo deve ser feito, espero passivamente em Deus e ele faz tudo. Eu não faço
nada — ou muito pouco. Envolver-me na questão seria algo "carnal".
Isso parece tão bom, tão piedoso. E tecnicamente é verdadeiro
Trata-se, entretanto, de apenas metade da
história. Esse ponto de vista impede o envolvimento da pessoa na vida. Mediante
algum processo maravilhoso ou osmose espiritual, todas essas coisas boas saem
do meu velho coração e eu fico observando a obra prodigiosa de Deus, quase como
se estivesse fora do meu corpo, vendo as coisas acontecerem comigo.
Quero afirmar-lhe, essa idéia não é bíblica — e
não funciona. Se você tentar lidar passivamente com a tentação, ela irá
vencê-lo todos os dias! O poder e o fruto do Espírito estão disponíveis, o
autocontrole vem de Deus, mas quero repetir: Nós é quem executamos. Faça uma
pausa e absorva a idéia.
Como saber isso?
O apóstolo Pedro escreveu sobre o
autocontrole.
(...) pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes
promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina,
livrando vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós,
reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a
virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio
próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade;
com a fraternidade, o amor. 2 Pedro 1A-7
Nessa série de mandamentos, o Senhor inclui
nossa responsabilidade: você supre o autocontrole. Parece uma contradição, não
é? Paulo chama isso de "fruto do Espírito" e tem razão. O
autocontrole é um ingrediente do céu que Deus nos dá quando o seu Espírito vive
em nosso interior e nos controla. Pedro disse, no entanto, que nós devemos
"supri-lo"!
A suposta contradição é resolvida quando
compreendemos que Deus é a fonte de poder, e isso significa que pavimentamos o
caminho para que ele atue. O mesmo suprimento básico é dado a todo filho de
Deus, mas é nossa responsabilidade obedecer e exercer o autocontrole para que
ele ocorra em nossas vidas.
Extraído do livro Perseverança de Charles
Swindoll / Por
Litrazini
Graça e
Paz
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