"Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se!" [Filipenses 4.4]

sábado, 6 de julho de 2019

A SHEKINAH QUE ESTEVE PRESENTE NAS PEREGRINAÇÕES DE ISRAEL


A primeira menção à nuvem que acompanhou o povo de Israel durante toda a peregrinação no deserto se encontra em Êxodo 13.21-22, onde está escrito:
“E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite”.

Três coisas são merecedoras de destaque nesse texto:

Em primeiro lugar – é dito que o SENHOR (YAVÉ) IA ADIANTE DO POVO EM MEIO À COLUNA DE NUVEM/FOGO. Ou seja, aquela não era uma nuvem comum, mas uma verdadeira manifestação divina, um sinal miraculoso permanente que certificava o povo de que Deus estava presente. Visto que a nuvem acompanhou o povo e “nunca se retirou” de diante dele, pode-se dizer que a presença de Deus esteve sempre visível para o povo ao longo da jornada.

Ao mesmo tempo em que é maravilhoso pensar nisso, deve também causar-nos espanto que o povo tenha tantas vezes ofendido a Deus com suas murmurações, idolatrias e toda sorte de pecados praticados bem diante da presença do Senhor manifesta no meio deles!

Como puderam não temer aquela espécie de teofania? Como puderam ser tão indiferentes a ela, visto que “todo o povo via a coluna de nuvem” (Êx 33.10; 40.38)? Como bem disse o Senhor a Moisés, “Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz” (Ex 32.9). Quando a dureza do coração é tão grande, o homem não teme pecar diante da presença do Senhor!

Em segundo lugar – A NUVEM TINHA FORMATO DE COLUNA (posição vertical) e embora esse texto pareça sugerir que à noite o fenômeno era outro (“coluna de fogo”), na verdade, tratava-se da mesma nuvem do dia, mas que em meio à escuridão da noite revestia-se de refulgente luz, à semelhança do fogo. O texto de Número 9.15 e 16 deixa isso ainda mais claro:

“No dia em que foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo, a saber, a tenda do testemunho. E, à tarde [isto é, ao final da tarde], estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até a manhã seguinte. Assim acontecia sempre: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo”.

Em terceiro lugar – O PROPÓSITO PRIMORDIAL DESSA MANIFESTAÇÃO DIVINA ERA DAR ORIENTAÇÃO AO POVO HEBREU FUGITIVO DO EGITO, isto é, “para os guiar pelo caminho… para que caminhassem dia e noite”. Embora o povo pudesse contar com orientações humanas e naturais para se guiar rumo à Canaã (conferir o caso do cunhado de Moisés, Hobabe, que serviu-lhe de guia – Nm 10.29-33), Deus estava sempre presente para dar a orientação inequívoca, não só quanto ao caminho a ser percorrido, mas quanto ao tempo devido para percorrê-lo e as devidas pausas para o descanso.

Como está escrito:
“Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. (…) E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel cumpriam a ordem do Senhor, e não partiam. E, quando a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo, segundo a ordem do Senhor se alojavam, e segundo a ordem do Senhor partiam” (Nm 9.17,19-20)

As posteriores gerações piedosas dentre os hebreus compreendiam que fora o Senhor quem orientou seu povo enquanto peregrino no deserto.

O Salmo 136 é um convite para render graças e louvar a Yavé, que livrou a Israel da escravidão no Egito e que “guiou o seu povo pelo deserto” (Sl 136.10-16).

Tiago Rosas

Por Litrazini
Graça e Paz

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