Quando o jovem rico procurou Jesus, sua pergunta indicava que perdera
algo pelo caminho. Como um homem religioso, procurara cumprir todos os
mandamentos.
E, pondo-se a
caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe
perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse:
Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Tu sabes os
mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso
testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe. Ele, porém,
respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. E
Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende
tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a
cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque
possuía muitas propriedades. (Mc.10.17-22)
Mas seu coração estava em outras coisas. Ele vinha cumprindo a Lei simplesmente
pelo benefício que ela oferecia: a garantia da vida eterna. Nunca aprendera a
amar a Deus de coração. Era como um segundo negócio que traria seus lucros no
tempo certo. Seu principal negócio era aumentar a riqueza que havia herdado. Isso não era uma tarefa
fácil e consumia todo seu tempo.
Exigia vários esforços: evitar pessoas cujas conversas terminariam
inevitavelmente em pedidos de empréstimos; analisar propostas de negócios que
envolviam fortes investimentos com retornos duvidosos; fiscalizar e cobrar a
produção dos rebanhos, dos olivais, das videiras, da produção de pães e das
empresas de pesca.
Tudo
isso sem falar dos homens que lhe ofereceram sua filha em casamento, mas cujo
interesse final era o dote que receberiam em troca. Esse era o grande negócio
da sua vida. O resto era pura religiosidade.
Ser
religioso, aliás, agregava bastante valor aos seus negócios. Todos queriam
fechar contratos com um homem honrado que cumpria a Lei de Moisés. O seu
coração estava nisso. Ele vibrava com cada oportunidade de aumentar sua
riqueza. Sentia um prazer imenso em ser reconhecido pela sua capacidade de negociar.
E a euforia tomava conta do seu coração, momentos antes da reuniões de negócio.
Era uma homem
muito ambicioso. Sua ambição não conhecia limites. Alguns até o reputavam como
ganancioso. Estabeleceu metas e alvos a si mesmo. E nada nem
ninguém o impediria de atingir seus objetivos. E, no meio de toda essa correria, perdeu a
maior riqueza da vida: a certeza da vida eterna e seu resultado mais imediato,
a paz no coração.
Recusou
a proposta de Jesus de trocar toda sua riqueza pela vida eterna, pois lhe
pareceu uma troca injusta. Ou então descobriu-se escravo da riqueza ao invés de
dono dela. E como escravo, não teria como dizer não a ela. Mas a vida é feita
de escolhas e ele fez a sua. A riqueza era mais importante. Saiu triste por não
ter como ficar com as duas. Abriu mão da vida eterna pela riqueza terrena.
Ele perdeu a vida eterna em algum momento da sua caminhada. Ou nunca a teve de
verdade, porque nunca colocou seu coração nela.
Por mais que tenhamos ambições, metas e alvos a atingir nessa vida, nunca
percamos Deus de vista. Ele é nossa maior riqueza, e portanto, nossa maior
prioridade.
Autor: Pr
Edival Alves dos Santos
Por
Litrazini
Graça e Paz
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